A esperada estréia do fim de semana é mais uma adaptação dos quadrinhos para as telonas: “The Spirit” (The Spirit).
Não li nenhuma revista do personagem, mas ainda assim acredito que 99% das situações mostradas no filme devam ficar melhores nas páginas originais.
Que Frank Miller é um gênio dos quadrinhos, ninguém duvida (vide O Cavaleiro das Trevas, 300, Sin City…), mas trazer a criação de Will Eisner para os cinemas talvez não tenha sido uma idéia tão boa assim.
Denny Colt (Gabriel Match, atuando melhor quando sozinho em cena, nos inúmeros monólogos do personagem) é um policial que, após ser dado como morto, retorna na pele de Spirit, um “vigilante” protetor da cidade de Central City. Seu principal oponente é Octopus (Samuel L. Jackson, em atuação exagerada e discutível), um vilão megalomaníaco que sonha em tornar-se imortal.
As coadjuvantes Eva Mendes, Scarlett Johansson entre várias outras, fazem bonito na tela (apesar da pouca profundidade de seus textos).
Os personagens me pareceram muito ricos e devem render ótimas histórias, mas o filme deixa um gosto de ‘faltou alguma coisa’. Quando vemos “Batman – O Cavaleiro das Trevas”, onde tudo se encaixa com perfeição, todo o resto que vem depois já chega com uma carga muito pesada, com o dever de ser tão bom quanto ou até melhor que o antecessor. “The Spirit” não conseguiu cumprir essa missão com louvor.
O ponto positivo vai para beleza do filme. Visualmente, é um ótimo espetáculo, com tomadas de cena rápidas e um belíssimo trabalho de silhuetas. O destaque da gravata vermelha, principalmente nas cenas mais escuras é uma sacada muito interessante.
Duas curiosidades: quando decidi parar de comparar a produção a outras vistas anteriormente, um personagem revela que sua senha bancária é Robin (‘Como o ajudante do Batman’, em palavras de Sand Saref, papel de Eva Mendes). E uma das cenas finais me fez lembrar “Uma Noite Alucinante”, clássico do cinema trash.
Se você gosta de produções de encher os olhos, vale a pena.
por Angela Debellis