Em se tratando de entretenimento, novidades podem ser boas – em muitos casos – mas fazer apostas seguras também parece ser um bom negócio. Ainda mais se pensarmos em uma categoria como Ação, que tem suas nuances bem definidas há tempos.
Essa pode ser a definição de “Resgate Implacável” (A Working Man), que conta com o protagonismo de um dos maiores nomes do estilo, Jason Statham. O veterano ator de obras que oferecem o combo “Motivo inegável para agir + Antagonistas que merecem uma lição + Cenas de luta explícitas/ satisfatórias” retorna às telas para provar que tal receita, se executada com eficiência, continua dando certo.
No longa produzido por David Ayer (também à frente da direção) e Sylvester Stallone, Jason Statham interpreta Levon Cade, um ex-militar que serviu a Grã-Bretanha por 22 anos e agora atua como mestre de obras em uma Construtora em Chicago.
A decisão se dá enquanto busca por uma vida mais tranquila, a fim de não perder completamente o contato com a filha Meredith (Isla Gie), que teve a guarda tirada dele após a morte de sua esposa.
Com uma rotina estabelecida e tentando ficar longe da violência que lhe foi familiar por tanto tempo, Levon reluta em ajudar quando Jenny (Arianna Rivas) – filha de seus empregadores Joe (Michale Peña) e Carla Garcia (Noemi Gonzalez)- é sequestrada pelo que, supostamente, seria uma rede de tráfico humano.
Mas, o instinto de proteção e justiça fala mais alto, e uma vez assumido o compromisso de devolver a jovem à família, ele não medirá esforços para chegar aos culpados. Mesmo que para isso precise adentrar um mundo repleto de camadas terríveis que nos fazem questionar o quão baixo alguém é capaz de descer em busca de poder e /ou para satisfazer vontades mundanas.
Ao acompanhar o personagem nessa busca, descobrimos que existe uma assustadora hierarquia no submundo do crime, que determina os “peixes grandes”, quem vive ou morre, sem que haja nada a ser feito para impedir certos desfechos. Pelo menos até agora.
Baseada no livro “Levon’s Trade” de Chuck Dixon, lançado em 2014, a história não conta com elementos muito diferentes do que se costuma ver em produções do tipo, a começar pela escolha de um ex-combatente em levar uma vida anônima (com a mesma dupla de ator e diretor, “Beekeeper – Rede de Vingança” é um exemplo recente).
Mas, entre planos habilmente arquitetados em tempo recorde, artefatos impensáveis usados como armas letais, uma trilha sonora adequada e frases de efeito surgindo durante todo o roteiro, o apanhado de clichês é bem feito e torna desnecessário imaginar que poderia se chegar ao resultado de outra maneira.
E, verdade seja dita: os fãs de Statham buscam exatamente pelo que “Resgate Implacável” entrega na maior parte de seus 116 minutos. Aliás, esse talvez seja o ponto fraco do filme, que seria beneficiado com uma duração um pouco menor.
Boa pedida para quem gosta do gênero.
por Angela Debellis
*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros.