Após nove anos de “O Ultimato Bourne” (2007), o astro Matt Damon volta a dar vida ao personagem que ele nunca devia ter abandonado.
Em “Jason Bourne” (idem), quinto capítulo da franquia, o protagonista está disposto a investigar o passado, após Nicky Parsons (Julia Stiles) ter acesso a documentos pessoais do agente que comprovam a participação de seu pai no treinamento da CIA que o fez um assassino sem memória.
A revelação desperta a ira de Robert Dewey (Tommy Lee Jones), diretor da entidade que quer, a todo custo, esconder a verdade de Bourne, mesmo que para preservar este segredo seja necessário matar algumas pessoas.
O novo episódio da saga do agente pode não ter o brilhantismo dos outros filmes, mas consegue manter o equilíbrio da história, além da qualidade das lutas e perseguições que sempre fizeram parte das obras anteriores.
“Jason Bourne” é um grande composto tecnológico, que faz referências a Edward Snowden e à vigilância americana, salientando a ideia de que somos observados 24 horas por dia, em qualquer canto do mundo, seja pelo aparelho celular ou através da tela do computador. O longa reforça, ainda, a ideia de que a espionagem ganhou aparatos que facilitam o acesso de hackers a informações pessoais. Sem contar a questão do vazamento de informações. Indiscretamente, a trama faz menção a escândalos que envolveram serviços de inteligência e investigação dos Estados Unidos.
Outro ponto interessante do roteiro é o respeito em adaptar a história do protagonista aos conflitos presentes na realidade. Seja o momento político de um país ou a ameaça terrorista que cerca o mundo, o contexto social é um fator determinante para o desfecho de situações vividas pelas personagens, e acaba contribuindo para que as cenas de ação se tornem mais interessante e de tirar o fôlego.
A produção, que conta com um competente elenco, traz ainda as participações de Alicia Vikander, Vincent Cassel e Riz Ahmed.
Vale conferir.
por Fernanda Ravagi – especial para A Toupeira