Crítica: “Sobibor”

Por décadas, histórias relacionadas à Segunda Guerra Mundial vêm sendo contadas – todas, independente se são reais ou fictícias, levam os espectadores à comoção. O extermínio em massa de judeus que ocorreu entre os anos de 1939 e 1945 é a grande vergonha alemã, que acolheu e apoiou Adolf Hitler, líder e idealizador da ideia de supremacia ariana.

Judeus, entre outros povos considerados indignos, eram caçados e enviados para longe de suas casas e famílias. A perversidade foi tamanha que existiam campos de trabalhos forçados e extermínio, que acontecia em câmaras de gás e os corpos eram incinerados.

É um desses locais – Sobibor, um campo de extermínio localizado na Polônia – que se tornou cenário para o longa metragem russo “Sobibor”, trabalho que marca a estreia de Konstantin Khabenskiy como diretor e representou a Rússia no Oscar na categoria “Melhor Filme Estrangeiro”.

A obra relata a experiência vivida pelo tenente soviético Alexander Perchersky ou “Sasha” (Konstantin Khabenskiy), que enquanto era prisioneiro, arquitetou e comandou a única fuga em massa de campos de extermínio nazistas.

O drama relata paralelamente histórias de outros personagens que tiveram vidas destruídas: Um marido separado de sua esposa; um filho que perdeu os pais e irmã; uma criança longe de sua família; uma moça que vivia em constante tensão, apavorada com a ideia de violação.

O elenco tem nomes como Christopher Lambert, que interpreta o general responsável pelo campo de extermínio e Mariya Kozhevnikova, jovem ruiva de beleza estonteante e que para sobreviver aceita o conselho de um estranho e se candidata a um emprego aleatório. Michalina Olszanska também tem uma breve passagem pelo longa.

O filme é impactante, diversas cenas extremamente fortes e de violência explícita. Oficiais nazistas são retratados como homens beirando a loucura que sentiam extremo prazer em ferir. Outro fato retratado na narrativa é a apropriação dos bens judeus, nada era deixado para trás.

O cenário foi feito a partir de plantas originais do campo de concentração. A fotografia comandada por Ramunas Greicius, foi precisa e houve o cuidado da produção começar as gravações na mesma estação e mesmo mês que Alexander Perchersky chegou a Sobibor. Era outono, as roupas usadas pelos atores e figuração eram leves.

É um retrato chocante e comovente do drama vivido por judeus que tiveram que ir contra sua fé e derramar sangue em prol de um bem maior. Também é uma experiência, afinal, em tempos de intolerância, precisamos de uma pitada de realidade.

por Carla Mendes – especial para A Toupeira

Filed in: Cinema

You might like:

Seattle Supersonics já está no Brasil para tour histórica do “Tribute of Nirvana” Seattle Supersonics já está no Brasil para tour histórica do “Tribute of Nirvana”
Aniversário de 200 anos do autor da primeira HQ do Brasil é destaque em mostra na Biblioteca Nacional Aniversário de 200 anos do autor da primeira HQ do Brasil é destaque em mostra na Biblioteca Nacional
Editora Estação Liberdade anuncia o lançamento de uma coletânea bilíngue de contos de Franz Kafka Editora Estação Liberdade anuncia o lançamento de uma coletânea bilíngue de contos de Franz Kafka
Assassin’s Creed Mirage já está disponível na Steam Assassin’s Creed Mirage já está disponível na Steam
© AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.