Crítica: “Uma Mulher Alta”

“Uma Mulher Alta” (Dylda), dirigido por Kantemir Balagov, se passa em Leningrado pós a Segunda Guerra Mundial, e conta a história de Iya (Viktoria Miroshnichenko), uma enfermeira que trabalha em um hospital ajudando os sobreviventes da guerra. A jovem também cuida do filho de sua melhor amiga Masha (Vasilisa Perelygina), que acaba de retornar dos conflitos. Juntas, elas buscam se readaptar à nova realidade.

Para ser mais exata, o longa se passa em 1945, e tem como enfoque principal as consequências pós período de guerra que afetaram a Rússia. Para aqueles que não conhecem a história, Leningrado foi uma cidade cercada por tropas nazistas durante cerca de 900 dias.

Durante esse período, a população foi deixada à própria sorte, sem que tivesse acesso a condições básicas de sobrevivência, como água ou alimentos. Em 1991, a segunda maior cidade da Rússia foi renomeada e voltou a chamar-se São Petersburgo, seu nome original.

Embora seja um filme marcado por conflitos, a narrativa segue um caminho que opta por não mostrar nenhum tipo de batalha, o que acaba destacando ainda mais o sentimento de pesar que se sobressai sobre a vida das personagens principais.

A protagonista Iya provoca certa estranheza nas pessoas devido a sua altura, já que foge do padrão das mulheres daquela época. Entretanto, o fato de ser alta não esconde seu acovardamento sobre a vida, que pode ser associado com os traumas da guerra, já que em alguns momentos a personagem fica paralisada, com respiração ofegante, e tentando balbuciar algumas palavras.

Particularmente, esses são os piores momentos do longa, pois, existem algumas cenas que são desesperadoras, a ponto de deixar os espectadores mais sensíveis “sufocados” com a situação.

Já Masha, apesar das circunstâncias, mostra-se mais expansiva, agindo de forma leviana em nome de uma dívida sentimental que atribuiu à Iya. A junção dessas ações e personalidades faz com que a produção construa um enredo frio, que padroniza diálogos lentos, e cenas que demoram a se desenvolver.

Embora seja uma história com características nobres, o represente da Rússia na corrida por uma nomeação na categoria de Melhor Filme Internacional no Oscar 2020 é maçante, e pode não agradar a todos os públicos.

por Victória Profirio – especial para A Toupeira

https://www.youtube.com/watch?v=Ai6AgQfMaX4&feature=youtu.be

Filed in: Cinema

You might like:

Poeta Carlos Cardoso terá seu livro, “Coragem”, transformado em peça teatral em 2025 Poeta Carlos Cardoso terá seu livro, “Coragem”, transformado em peça teatral em 2025
FANLAB apresenta coleção exclusiva inspirada na estreia de “Wicked”, da Universal Pictures FANLAB apresenta coleção exclusiva inspirada na estreia de “Wicked”, da Universal Pictures
Cinépolis oferece 50% de desconto em ingressos no Iguatemi Alphaville Cinépolis oferece 50% de desconto em ingressos no Iguatemi Alphaville
Fim de ano: psicanalista incentiva reflexões para 2025 Fim de ano: psicanalista incentiva reflexões para 2025
© 0192 AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.