Filmes europeus nem sempre são de agrado da grande população brasileira, devido ao costume que boa parte do nosso povo criou em privilegiar produções norte-americanas, com maior apelo comercial. “Mil Vezes Boa Noite” (A Thousand Times Good Night), tem tudo para ser um caso à parte dessa estatística, pois tem conteúdo de sobra para conquistar qualquer um que o assista.
A fotógrafa de guerra Rebecca (Juliette Binoche, de “Godzilla”) encontra-se em um impasse quando seu marido Marcus (Nikolaj Coster-Waldau), cansado da perigosa rotina de sua mulher, a faz escolher entre a família e a profissão. Embora ame seus entes queridos incondicionalmente, ela também tem verdadeira adoração pela profissão.
Dirigido por Erik Poppe, um dos mais talentosos diretores noruegueses da atualidade, o longa traz consigo aspectos reais que nos permite viver a estória da fotógrafa enquanto ela é passada nas telonas.
De uma sutileza incontestável, mostra em pouco mais de 120 minutos de duração, o dia a dia de uma família contemporânea que vive em meio a grandes crises intercontinentais, como as guerras diplomáticas que acontecem na África e em parte da Ásia, e o uso exacerbado de tecnologia, algo que dá mais veracidade à trama.
A trilha sonora de algumas passagens da produção lembra um pouco as usadas em comerciais de telefones celulares, que quando em parceria com alguma cena bacana, dá a entender que a vitória é certa, um exemplo de vida. Agora quando entramos em momentos de suspense, surgem barulhos graves, meio sombrios, que fazem o espectador perder o fôlego e criar uma expectativa em relação ao desfecho da situação.
Vale a pena conferir.
por Fernanda Ravagi – especial para A Toupeira