Crítica: “O homem que surpreendeu a todos”

Em “O homem que surpreendeu a todos” (Chelovek, kotoryy udivil vsekh / The man who surprised everyone), lançado originalmente em 2018, acompanhamos Yegor (Evgeniy Tsyganov). Amado pai de família, o protagonista atua como guarda-florestal da taiga siberiana. Depois de um incidente de trabalho, descobre que tem uma doença terminal e que não lhe resta muito tempo de vida.

Inicialmente conformado com a perspectiva de uma morte iminente, sua posição se altera depois que sua esposa Natalia, muito bem interpretada por Natalya Kudryashova, descobre que o marido talvez não tenha nem dois meses de vida.

Natalia, inconformada com a situação, busca formas de ajudar Yegor, mesmo que ele não concorde, mas o casal descobre que não existe nenhum medicamento que tenha eficácia nesse caso, seja vindo da chamada medicina “tradicional” ou recursos usados na magia xamânica.

Com uma nova centelha de força e estimulado por uma anedota contada pela xamã, Yegor decide lutar contra a doença de uma maneira pouco usual e través de um artifício sagaz: Ele tentará enganar a morte, assumindo uma nova personalidade.

A surpresa que se encontra no título é mais que uma simples frase. O protagonista realmente surpreende sua família e os moradores da pequena vila em que vive, de uma forma abrupta e gigantesca, trazendo à tona não só o conservadorismo de uma pequena zona rural, mas também a violência que pode existir em meio a pessoas simples e cansadas.

Através da bela atuação cheia de sutilezas de Evgeny Tsyganov, Yegor passa a conviver com as consequências de sua escolha, em um silêncio extremamente doloroso, que faz com que o espectador se questione a todo momento até onde vai sua jornada e se tudo valerá a pena. A resposta deixarei para quem assistir.

Com uma ótima direção de Natasha Merkulova e Aleksey Chupov (que também assinam o roteiro), “O homem que surpreendeu a todos” – que faz parte da programação do 1º Festival de Cinema Russo – é uma daquelas obras que ficam com quem assiste por um longo tempo, mesmo depois do fim da exibição, e que impressionam pela beleza e estranheza que causam.

por Isabella Mendes – especial para A Toupeira

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pelo 1º Festival de Cinema Russo.

Filed in: BD, DVD, Digital

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