Fomos convidados pela Paris Filmes para a Cabine de Imprensa de “O Pequeno Príncipe” (The Little Prince). Sobre a animação francesa em si, voltaremos a falar mais próximo à data de estreia em 20 de agosto, mas já é possível adiantar que há um beleza singular na obra dirigida por Mark Osborne, que por sinal concedeu uma excelente entrevista coletiva após a exibição aos jornalistas.
De acordo com o diretor, a obra original de Antoine de Saint Exupéry foi uma “âncora” para uma ideia ainda maior, com dois anos de arte conceitual até chegar à figura final da raposa (que também estava presente à entrevista!), apresentada a 80 membros da família do escritor, que se emocionaram com o resultado e deram sinal verde para a proposta.
Por cinco anos, centenas de artistas trabalharam sob intensa pressão para se chegar a algo que fizesse jus a uma história adorada há décadas.
A escolha de se fazer as cenas em que o aviador conta a trama à garotinha como animação computadorizada e as cenas “originais” do Pequeno Príncipe em stop motion foi, ainda segundo Osborne, uma tentativa mais orgânica de mostrar as ilustrações do livro.
Quanto à nossa pergunta sobre ser intencional fazer grande parte da plateia chorar copiosamente durante a exibição e sair com os olhos marejados da sala de cinema, o diretor se mostrou bastante feliz com isso, pois mostra como a animação pode nos conectar à infância. Em um primeiro treino de dublagem, ele, a esposa e a filhinha fizeram as vozes dos protagonistas e a certo momento, o trio estava chorando no estúdio.
Os atores Marcos Caruso e Larissa Manoela, que dublam respectivamente o aviador e a garotinha também participaram da coletiva e contaram um pouco da experiência de participar do projeto.
Marcos Caruso brincou ao afirmar que foi “terrível” ter que obedecer regras, pois a dublagem não admite certos improvisos que não seriam problemas em outros tipos de interpretação, mas que adoraria trabalhar com isso novamente. Assumiu sua preocupação com os netos e o mundo atual, onde o “ser” perde espaço para o “ter” (fato muito bem representado no filme).
Já Larissa Manoela disse ter “infantilizado” a voz para dar veracidade à garotinha que tem por volta de 8 anos, enquanto a jovem atriz já está com 14. Apesar de já ter alguma noção em dublagem, afirmou que é muito melhor quando se vê o filme completo, quando se pode comprovar e sentir a cumplicidade entre os trabalhos dos atores que gravam suas participações separadas em estúdio.
Ao término da coletiva, o trio foi extremamente simpático com todos, posando para fotos e dando atenção aos jornalistas presentes. Prova de que eles podem ter “crescido”, mas não “esquecido”.
Leia nossa Crítica Completa na data de estreia em 20 de agosto.
por Angela Debellis