Crítica: “Ingresso para o Paraíso”

É inegável o impacto cultural causado pelo cinema, desde seus primórdios. As telonas sempre foram (e sempre serão) palco para as mais diversas manifestações artísticas, dos mais variados gêneros e sob perspectivas que parecem infinitas.

Isso é incrível, ter um espaço com tamanha visibilidade, para, muitas vezes, trazer à tona assuntos importantes que não só merecem, mas precisam ser tratados e discutidos em prol de uma tentativa de melhoria da sociedade como um todo.

Mas, às vezes, só o que queremos são algumas horas de entretenimento puro e absoluto, sem que haja nenhuma preocupação em se levantar determinadas pautas ou defender causas. Algo que no tire por breves momentos, de nossa rotina e entregue diversão descompromissada e sem amarras. Exatamente o que oferece “Ingresso para o Paraíso” (Ticket to Paradise).

A comédia romântica gira em torno da inusitada parceria entre o ex-casal Georgia (Julia Roberts) e David (George Clooney), que se unem diante do propósito de dissuadir sua filha Lily (Kaitlyn Dever) da ideia de se casar com Gede (Maxime Bouttier), jovem cultivador de algas, residente na ilha de Bali, Indonésia.

O destino paradisíaco serve de cenário para o filme quase em sua totalidade, o que significa que, visualmente, a produção é capaz de encantar o espectador, através de paisagens que parecem pinturas, e do compartilhamento de parte de rituais da ilha que parecem ainda mais interessantes para quem não conhece os costumes locais.

A narrativa escrita por Ol Parker (que também assume a direção) e Daniel Pipski se desenvolve a partir da formatura de Lily que, três meses antes de começar a trabalhar em um renomado escritório de advocacia nos Estados Unidos, viaja para Bali com a melhor amiga Wren (Billie Lourd), a fim de celebrar sua graduação. Trinta de sete dias depois, a jovem comunica os pais que vai se casar e estabelecer residência por lá.

Esse é o ponto de partida para os personagens de Julia Roberts e George Clooney – que mal suportam estar na presença um do outro – unirem forças na tentativa de acabar com a cerimônia, o relacionamento gerado a partir de uma paixão relâmpago e levar a filha de volta para casa.

Embora pareça – e talvez realmente seja – um objetivo pouco louvável, é muito divertido ver os aclamados atores (em seu quarto trabalho juntos) em cena, arquitetando planos mirabolantes. Existe uma química entre eles – que são amigos de muitos anos na vida real e deram ótimas declarações em recentes entrevistas sobre os bastidores do filme – que atinge em cheio a plateia e insere o espectador na história como se, de fato, fizéssemos parte do que vemos em tela.

O longa é recheado de momentos divertidos, que abraçam os melhores clichês das comédias românticas (em especial as dos anos de 1980 e 1990) e que, por isso mesmo, conseguem ser tão naturais e eficazes. Some-se a isso, a contagiante risada de Julia Roberts que, após décadas, segue como sua marca registrada.

Como uma boa viagem de férias, “Ingresso para o Paraíso” é delicioso. A leveza (e por que não dizer, simplicidade?) de sua proposta é o melhor ingrediente para proporcionar um resultado que promete deixar o público com um sorriso nos lábios, não só durante a exibição, mas ao acender das luzes (mesmo quando temos que abandonar as águas límpidas de Bali para retornar ao nosso cotidiano bem menos atrativo e bem mais poluído).

Compre seu ingresso (para o cinema) e vá conferir!

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.

Filed in: Cinema

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