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Cinema só com som lança áudio série de terror

Numa sala de cinema, 300 pessoas acompanham cenas de terror. Uma pandemia transforma brasileiros em zumbis e os sobreviventes lutam contra a maldição. Mas não há nada na grande tela.

De olhos fechados, na completa escuridão e envolvido pela dramaticidade dos  diálogos e dos sons, o público vai criando suas próprias imagens e vivendo uma experiência única. Foi assim a estreia do podcast Selvageria, numa sessão noturna do Cinesystem do Shopping Curitiba, na capital do Paraná, na noite fria da última segunda-feira.

Produzida pela companhia de teatro curitibana Bife Seco e distribuída pela RIC Podcasts, unidade de negócios do Grupo Ric, a áudio série de seis capítulos já pode ser ouvida no Spotify e em todos os outros tocadores de podcast.

As duas empresas parceiras prevêem que pelo menos 100 mil pessoas a escutem até o fim do ano, uma audiência formada principalmente por amantes de podcasts e de terror.

Cria da rádio novela, mas com o DNA do cinema, a áudio série é um produto típico da internet, explica Dimis, co-fundador da companhia Bife Seco e criador de Selvageria. Ele também lançou “País do futuro”, em 2021, que já conta com 40 mil ouvintes fluentes em Português, moradores de 33 países.

As duas produções nasceram durante a pandemia da Covid-19, período em que todos os projetos foram atropelados e a Bife Seco enxergou um novo caminho para dar voz a seu elenco de criadores, atores e produtores.

As áudio séries são uma linguagem ainda com pouquíssimas iniciativas no mundo, o que faz da parceria entre a Bife Seco e a RIC Podcasts uma estratégia pioneira. Com produção de som de Gilson Fukushima – que assinou a trilha sonora da narrativa brasileira “A Linha”, ganhadora do Emmy de 2020 por inovação em mídias interativas -, Selvageria reúne dezenas de atores e um enorme trabalho de sonoplastia e edição. Já a RIC Podcasts mobiliza uma grande expertise em distribuição de conteúdo.

“Nosso time mapeia quem produz podcasts que têm chances de ganhar o mundo. É o caso  dos talentosos diretores da Bife Seco”, diz Marcus Yabe, diretor de conteúdo e convergência do Grupo Ric, maior grupo de comunicação multimídia do Paraná e um dos maiores do sul do país. Além de buscar parcerias, a RIC mantém um elenco de criadores, como o que produziu o podcast “Cannabis, a planta que cura”, lançado há dois meses com oito episódios que reúnem entrevistas e depoimentos sobre o uso medicinal da maconha.

Com 30 milhões de ouvintes, o Brasil é o terceiro país que mais consome podcast no mundo e o segundo maior produtor, atrás apenas dos Estados Unidos. Entre os gêneros preferidos, estão sociedade e cultura, estilo de vida e comédia, segundo dados de 2022 da Statista Internacional. Para capturar essa identificação do brasileiro com o formato, o grupo desenvolveu uma plataforma de produção, que vai fechar o ano com 21 podcasts próprios.

A estratégia se baseia em trilhas que contemplam assuntos em discussão pela sociedade, com a participação de especialistas e convidados especiais. Para aprofundar cada um e promover o debate entre a opinião pública, cada temporada pode ter entre seis e oito episódios.

Há temas de grande impacto, como o do abuso infantil, que a sargento PM Tânia Guerreiro apresenta no podcast “Túmulos Invisíveis”. O drama ganha visibilidade na costura dos dados com histórias reais e entrevistas com familiares afetados pelo trauma.

Crédito das fotos: Marcelo Elias.

da Redação A Toupeira

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