O curta-metragem “Amarela”, escrito e dirigido por André Hayato Saito e produzido por Mayra Faour Auad e Gabrielle Auad, MyMama Entertainment, ganhou o seu trailer oficial.
O filme está concorrendo à Palma de Ouro no 77º Festival de Cannes e foi selecionado entre mais de 4420 obras inscritas para disputa do prêmio máximo do festival, com outras dez produções. É o único filme latino-americano na categoria.
“Sempre me senti japonês demais pra ser brasileiro e brasileiro demais pra ser japonês. A busca por uma identidade que habita o entrelugar se tornou a parte mais sólida de quem eu sou. “Amarela” é uma ferida aberta não só do povo Nipo-Brasileiro, mas de todos os filhos das diásporas ao redor do globo que se conectam a esse sentimento de serem estrangeiros no próprio país. Erika, a protagonista, representa o desejo de encontrar nosso lugar no mundo”, comenta André Hayato Saito, roteirista e diretor do filme.
“’Amarela’ traz uma perspectiva linda e forte para o cinema, que fala sobre pertencimento e identidade enquanto demonstra o poder da coletividade, que abraça. Um cinema que faz parte da curadoria da MyMama, de realizar filmes com propósito, vozes e talentos diferentes e com representatividade, neste caso representando a visão sobre os imigrantes asiáticos no Brasil e no mundo e as diferenças entre identidades e culturas que coexistem em nosso território”, explica Mayra Faour Auad, da MyMama Entertainment, produtora dos filmes.
A Palma de Ouro de Curta-Metragem será entregue pelo Júri presidido pela atriz belga Lubna Azabal, no sábado, 25 de maio, durante a cerimônia de encerramento do 77º Festival de Cannes.
Sinopse:
São Paulo, julho de 1998. No dia da final da Copa do Mundo contra a França, Erika Oguihara (Melissa Uehara), de 14 anos, uma adolescente nipo-brasileira que rejeita as tradições de sua família japonesa, está ansiosa para comemorar um título mundial pelo seu país. Em meio à tensão que progride durante a partida, Erika sofre com uma violência que parece invisível e adentra em um mar doloroso de sentimentos.
Produzido por uma equipe majoritariamente brasileira com ascendência asiática, “Amarela” marca a estreia nas telas da jovem protagonista nipo-brasileira Melissa Uehara. O filme tem produção de Mayra Faour Auad e Gabrielle Auad, coprodução de André Hayato Saito e Tati Wan, direção de fotografia de Hélcio Alemão Nagamine, direção de arte de Luana Kawamura Demange e montagem de Caroline Leone.
Elenco por Gy Ogata, figurino de Yuri Kobayashi, trilha sonora original de Dudu Tsuda e Lilian Nakahodo, produção executiva de João da Terra, direção de produção de Toti Higashi e produtores associados Fernanda Takai, Rodrigo Pasianotto, Jacqueline Sato e Ilda Santiago.
“Amarela” é a terceira parte da trilogia de curtas da MyMama com o Saito que investiga sua ancestralidade japonesa a partir de um olhar autoral e íntimo. Tal busca identitária teve início com o curta-metragem “Kokoro to Kokoro”, que abordou os laços de amizade entre sua avó paterna e sua melhor amiga japonesa.
O filme foi eleito melhor documentário de curta-metragem no Roma Short Film Festival, sendo exibido também em importantes festivais como o 40º Festival Internacional do Uruguay, o 24º Festival Internacional do Rio de Janeiro, o Tokyo International Film Festival (onde ganhou Menção Honrosa), o Hollywood Brazilian Film Festival e a Mostra Internacional de Cinema Atlântico.
A trilogia seguiu com “Vento Dourado”, obra que tem como personagem principal sua avó materna, Haruko Hirata, que aos 94 anos se encontra no limiar do existir. O cineasta explora a relação entre as gerações em um ensaio sobre a morte e a convivência íntima da matriarca com sua filha Sumiko, sua cuidadora por 18 anos.
O curta fez sua estreia em abril deste ano no histórico 46º Festival Internacional de Cinema de Moscou e terá sua estreia européia no 31º Sheffield DocFest, que acontece em junho de 2024. Todos os filmes são produzidos pela MyMama Entertainment.
“Amarela” será o ponto de partida para o primeiro longa-metragem do diretor, ‘Crisântemo Amarelo’, projeto que sintetiza a trilogia e que foi selecionado para o Torino FeatureLab 2024, programa que seleciona projetos em avançado estágio de desenvolvimento e se destina a duplas de direção/produção para participação em três workshops durante um semestre.
da Redação A Toupeira