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Crítica: “Looney Tunes – O Filme: O Dia que a Terra Explodiu”

Imagine um filme estrelado por dois amigos de infância – um com 88 e o outro com 90 anos. Agora coloque-os no centro de uma história envolvendo a iminente perda de sua residência e a dificuldade de arrumar empregos. Triste, não é?

Mas, e se você souber que essa dupla é composta por Patolino (voz de Eric Bauza e Márcio Simões, na versão brasileira) e Gaguinho (voz de Eric Bauza e Manolo Rey) e acrescentar à narrativa, uma invasão que coloca a Terra sob a mira de um alienígena (voz Peter MacNicol / Ulisses Bezerra) que pretende dominar o planeta através de chicletes controladores de mentes?

É essa adorável e sempre incrível confusão de ideias que “Looney Tunes – O Filme: O Dia que a Terra Explodiu” (The Day that Earth Blew Up: A Looney Tunes Movie)  leva às telonas, neste que é o primeiro longa-metragem totalmente original dos amados personagens que vêm divertindo gerações há quase um século.

Dirigida por Pete Browngardt (que também assina o roteiro junto à mesma equipe responsável pela ótima franquia televisiva “Looney Tunes Cartoons”), a animação que bebe diretamente na fonte de títulos de ficção científica das décadas de 1950 e 1960, se passa na fictícia cidade de Greenville e começa mostrando o início da amizade entre Patolino e Gaguinho.

Os fofíssimos filhotes são resgatados por um fazendeiro de nome Jim (voz de Fred Tatasciore / Mauro Ramos), que vai criá-los como filhos. O público é então convidado a acompanhar o passar dos anos e das diversas fases das vidas dos protagonistas, com direito à revelação do que provocou a gagueira no simpático porquinho e à prova da força da amizade que os une há tantos anos.

Já com a aparência / idade que conhecemos e sem poder contar com o amparo do Fazendeiro Jim, eles terão que lidar com problemas “de adulto”, o que significa que precisam de dinheiro para reparar o telhado de sua casa, sob o risco de perder o imóvel, se não o fizerem.

Porém, esse será a menor de suas perturbações, uma vez que a cidade onde vivem – conhecida por sua famosa Fábrica de Chicletes – será palco de uma Conspiração Extraterrestre, com direito a muito Ectoplasma Interdimensional e um plano mirabolante de um alienígena mal-humorado para criar uma redoma de massa de mascar ao redor do Globo. Sim, é isso mesmo que você leu.

Quem se junta a eles para tentar resolver essa bagunça é a simpática e inteligente porquinha Petúnia (voz de Candi Milo / Carol Crespo), que, enquanto busca salvar o planeta, também almeja encontrar o que seria o sabor perfeito para chicletes, através de experiências duvidosas.

Junte a isso uma trilha sonora com nomes tão díspares e inesperados quanto Bryan Adams e R.E.M. em sua composição e você terá a receita perfeita para criar uma das produções mais notáveis dos últimos tempos.

A química entre os personagens é a mesma que têm funcionado há décadas. Enquanto Patolino é o caos em forma de pato, Gaguinho mostra-se mais ponderado, mas ainda capaz de reconhecer o valor – e a necessidade – de um pouco de anarquia, mesmo quando as coisas parecem indicar o contrário.

Se estamos acostumados com esquetes rápidas em desenhos animados curtos, “Looney Tunes – O Filme: O Dia que a Terra Explodiu” vem para mostrar que seu tipo de humor é tão funcional quanto, também no formato de longa-metragem e que seu apelo – seja para fãs recentes ou de longa data – é forte o bastante para sustentar os 91 minutos de duração da obra.

“Por hoje é só, pessoal” (mas queremos muito mais!).

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Paris Filmes.

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