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Crítica: “9 1/2 Semanas de Amor”

Definitivamente, “9 1/2 Semanas de Amor” (Nine 1/2 Weeks), dirigido por Adrian Lyne, é considerado controverso. Em parte por sua trama erótica – assunto que durante os anos 1980 era tratado como tabu – mas também pela exploração da violência feminina, além de pitadas de sadomasoquismo e manipulação masculina.

Mas, ainda que tudo isso tenha feito dele um título polêmico na época, hoje é considerado como um clássico cult, principalmente pela excelente e perturbadora atuação de Kim Basinger.

Ele foi reeditado para os cinemas neste mês de junho, em comemoração aos 70 anos da protagonista, assim como aproveita a chegada do Dia dos Namorados, sendo distribuído pela A2 Filmes.

A trama envolve Elizabeth (Kim Basinger) e sua relação amorosa com o magnata de Wall Street, John Gray (interpretado galantemente por Mickey Rourke em seu auge do sex appeal).

Gray controla a relação, realizando jogos psicológicos e sexuais, tornando Elizabeth dependente emocionalmente, ao mesmo tempo em que a envolve em uma relação sexual extremamente apetitosa. O longa, que conta com uma trilha sonora excelente e fotografia primorosa, explora a relação sexual entre duas pessoas ao extremo e até onde a emoção pode nos levar.

Como grade destaque das telonas, mesmo após quase quatro décadas de seu lançamento, “9 1/2 Semanas de Amor” não deixa passar despercebidas algumas críticas relacionadas à época. É um filme dirigido por um homem, adaptado de um livro autobiográfico escrito por uma mulher (Igeborg Day). Logo, o que vemos, em sua grande maioria, é a sensualização e criação mental do arquétipo feminino na ótica masculina, em seu extremo.

Claro, a história é excelente e a obra não envelheceu mal, ao contrário, é quase impossível se cansar da narrativa que dura quase 2 horas. Porém, sua excelência está nas atuações, e isso, infelizmente, proporcionou à Kim Basinger um trauma psicológico devastador, segundo declarações da atriz.

Pensando nisso, torna-se complicado apenas falar bem, quando se sabe a respeito das histórias dos bastidores, dos abusos e da violência psicológica que Adrian Lyne causou à Basinger. Desta forma, é um pouco questionável a produção ser relançada durante a celebração do amor que domina o Mês / Dia dos Namorados, mesmo que a temática seja muito propícia.

De todo modo, é um filme ótimo, apesar de seu histórico conturbado, e, por isso mesmo, faz jus à nomeação de clássico do cinema.

por Artur Francisco – especial para A Toupeira

*Título assistido em Pré-Estreia promovida pela A2 Filmes.

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