Apesar do gênero “terror” ser um dos meus favoritos, confesso que poucas coisas me assustam de fato. No topo da minha inusitada lista (podem rir se quiserem) estão os palhaços. Fora eles, confesso que pessoas vivas sempre me incomodam mais do que entidades ou qualquer outra coisa sobrenatural.
Ao ver a extensa – e bem bolada, diga-se de passagem – campanha de marketing de “A Forca” (The Gallows”), – o tal “Charlie, Charlie” – era fácil saber o que vinha por aí: um elenco formado basicamente por adolescentes, que por algum motivo que só as produções de terror explicam, se metem em situações que poderiam ser evitadas na maioria dos casos.
A trama começa em 1993, quando uma peça com o sugestivo nome de “A Forca” é encenada numa escola, na qual o protagonista realmente morre diante de uma plateia incrédula. 20 anos depois, por uma ideia que não faz sentido à primeira vista, a instituição resolve reencenar a tal peça.
O grande problema começa na véspera da apresentação, quando aquela turma padrão de alunos desse tipo de filme resolve destruir o cenário para impedir a tal encenação – que já tinha tudo para dar errado, uma vez que o protagonista atual é um jogador do time de futebol, passa longe de ser um bom ator, mas havia topado a parada para agradar a menina que gosta (que obviamente faz a mocinha da peça).
Com uma escola completamente vazia, uma porta que inexplicavelmente não possui nenhuma tranca ativa e uma história anterior já assustadora no currículo, é claro que tudo que poderia dar errado realmente dá. O tal “Charlie” é visto apenas de relance, mas o suficiente para fazer da corda que tirou sua vida, um simples, mas bastante eficaz instrumento de tortura e morte.
Enfim, há boas cenas, apesar de muitos sustos previsíveis. E as revelações dos cinco minutos finais fazem o filme todo valer a pena.
por Angela Debellis