“As Trapaceiras” (The Hustle) é daquele tipo de filme para assistir em família, aquele típico do domingo à tarde ou que é repetido dezenas de vezes na “Sessão da Tarde” e que, ainda assim, continuamos assistindo com o mesmo entusiasmo, como se fosse a primeira vez.
A comédia mostra duas mulheres que ganham a vida roubando homens de caráter duvidoso: A primeira é Penny (interpretada por Rebel Wilson), garota australiana que engana pessoas que conhece por meio de aplicativos de mensagens. Já Josephine (Anne Hathaway) é mestre na arte da enganação, possui planos infalíveis e dá golpes milionários.
A vida delas se cruza em uma viagem de trem para o sul da França, território de Josephine, onde Penny pretende se divertir e faturar algum dinheiro por um tempo. A personagem de Hathaway percebe a ameaça que Penny representa, e tenta tirá-la da jogada. É quando por sorte, a australiana descobre quem realmente é Josephine, e tenta se aproveitar disso, afinal ela também quer uma vida luxuosa, e para isso precisa aperfeiçoar seus planos.
Anne está (como sempre) encantadora, pleníssima e bela com figurinos finíssimos e sua atuação perfeita, então, nenhuma novidade. Rebel é uma atração à parte, ela é uma das melhores comediantes da atualidade e não precisa dizer uma palavra para arrancar risadas.
O que pode gerar algum desconforto é o reforço de alguns estereótipos. Penny é desajeitada, lenta, se veste de maneira espalhafatosa e fica a cargo dela a maior parte de cenas realmente engraçadas. Enquanto Josephine é um poço de elegância e inteligência, ela quem faz as vezes de mentora. Contudo, o longa é uma boa opção.
O elenco também conta com Alex Sharp, que dá vida ao bondoso e ingênuo Thomas Westerburg, um gênio da tecnologia que será alvo de uma disputa entre as duas trapaceiras.
A direção é de Chris Addison, o britânico que também é comediante, e acertou em “As Trapaceiras”. Uma comédia que atingiu seu objetivo: arrancar gargalhadas do público.
por Carla Mendes – especial para A Toupeira