Um mundo perfeito! (até os humanos chegarem)
Produções que envolvem o uso de tecnologias novas correm o risco de ficarem artificiais demais. Claro que bem guiados, os elementos que constituem um bom filme (direção, roteiro, edição, entre outros) nos transportam para mundos além de nossa imaginação. É o que ocorre com a grande estreia desta sexta-feira, 18 de dezembro: “Avatar” (Avatar).
O diretor e roteirista James Cameron (“Titanic”, “O Exterminador do Futuro”) aguardou 14 anos para poder rodar sua produção de ficção científica inovadora. Enquanto séries de TV e diversos filmes exploraram por anos a utilização de maquiagem convencional (látex) que limitavam a ação por parte de atores e atrizes, Avatar usa e abusa de efeitos especiais e o método de captura de performance que constitui na colocação de sensores por diversas partes do corpo dos atores para transmitir as reais expressões (corporais e faciais) para o mundo da computação gráfica.
A história em um primeiro momento poderá soar como lugar comum, mas bastam apenas alguns minutos de ação na tela para perceber que as relações e conflitos são mais profundos e levantam uma grande e triste questão: o ser humano pode não ter um destino tão magnífico como insistem alguns criadores de temas da ficção mundial.
Em um futuro, nem tão distante (2154) a humanidade após destruir quase todos os seus recursos naturais levanta os olhos para a última fronteira: o espaço profundo. Nesta busca descobre a existência de um planeta (Pandora) a 4,4 anos-luz da Terra, no nosso vizinho sistema de Alpha Centauri, rico em um mineral raro conhecido como Unobtainium que pode resolver os problemas de energia.
O único problema é que este novo mundo é habitado por uma raça conhecida como Na’vi e que não deixará os humanos explorarem impunemente seu precioso e sagrado pedaço no espaço.
Para contornar este percalço com os nativos, os militares da Terra decidem colocar em prática um engenhoso plano: infiltrar espiões para conquistar a confiança dos Na’vi e descobrir seus pontos fracos para depois atacar. Para isso contam com a ajuda de cientistas que criam “clones” dos habitantes do planeta com uma mescla de DNA humano e “transferem” a mente de pessoas para esses personagens (os Avatares). Mas as coisas não vão bem, pois um desses soldados Jake Sully (Sam Worthingtomn) tem dúvidas quanto a sua missão e pretende descobrir a verdade por trás das intenções de seus superiores.
Paro de contar a trama por aqui, pois não quero estragar as surpresas que todos descobrirão durante seus 160 minutos de exibição. Mas posso dizer que os Na’vi tem 3 metros de altura, são de uma cor azul majestosa e tem muito mais honra que os humanos. O filme foi produzido para ser exibido em 3D e IMAX, mas contará também com cópias no tradicional 35 mm. Conselho: quem puder ver no formato digital não perca a chance – você literalmente é colocado dentro da ação e de Pandora.
Há um detalhe importante também sobre a exibição em 3D: até hoje tinha assistido apenas a filmes dublados com esta tecnologia, mas Avatar pode ser visto legendado. E se um grande medo era que as legendas ficassem cansativas ou impossíveis de ler, felizmente informo que foi a melhor experiência que tive. Vale a pena.
Não fique de fora desta experiência épica. Corra para os cinemas.
por Clóvis Furlanetto – especial para A Toupeira
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