Crítica: “Calígula: O Corte Final”

É impressionante que um filme lançado em 1979, nos cause tamanho incômodo tanto quanto, ou mais que isso, que causou em sua estreia. “Calígula: O Corte Final” (Caligula: The Ultimate Cut) choca na pornografia, na maldade, no roteiro.

Se pensarmos politicamente, Calígula é fantástico, porém odioso, indecente e tudo o mais que represente a podridão envolta do poder. Uma falsa democracia, ou uma democracia de fachada.

Os urubus agourentos que estão no poder, sempre vão manipular, usando de falácia em nome das leis, dando pequenos golpes, e articulando estratégias para não sair do poder, para continuar gozando nos bacanais carniceiros, às custas do sofrimento do povo, escaneando a sua dor.

Este Calígula nos faz acender inevitavelmente uma lembrança em nossa memória de meados dos anos 1990. Lembranças de “As Bacantes”, de Eurípedes, na leitura e direção de Zé Celso Martinez Correa, no eternizado Dionysio de Marcelo Drummond. Inspiração? Pesquisa? Inconsciente coletivo? Genialidade? Não necessitamos saber, apenas contemplar.

Helen Mirren disse a que veio, e já se destacava em meio a um grande elenco. Atua como Caesonia, imperatriz-consorte, e demonstra ser aquele tipo de atriz que não economiza em sua entrega, que se propõe intensamente, mas nunca perde a mão, o controle, que domina a cena com uma grandiosa facilidade, mas não que isso seja fácil. Toma a cena para ela, com uma propriedade absoluta e absorvente, mesmo quando não diz uma palavra.

O filme é a história do imperador romano sanguinário, depravado e traiçoeiro, Calígula (Malcolm McDowell), que mata seu avô (Peter O’Toole) para ascender ao trono e supostamente vingar a morte de sua família. O abuso de poder é sua maior característica. Decisões impopulares, cruéis e asquerosas são tomadas apenas para inflar seu ego.

“Calígula: O Corte Final” se trata do resgate de cenas que foram eliminadas na primeira versão. Produzido por Thomas Negovan, o longa foi reeditado para trazer ao público uma sequência inédita e histórica das filmagens originais, fazendo justiça aos criadores, mutilados na versão de lançamento.

por Carlos Marroco – especial para A Toupeira

*Título assistido em Pré-Estreia promovida pela A2 Filmes.

Filed in: Cinema

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