Quando se imaginava como seriam os anos 2000, havia muita especulação sobre a tecnologia e todas suas vertentes. Entre carros voadores, teletransporte ou curas para doenças mortais, um elemento sempre esteve presente no imaginário popular: a Inteligência Artificial.
Criar robôs eficientes, cujas habilidades superam as humanas é tema explorado há tempos em livros e filmes. Com Neil Blomkamp à frente da direção, “Chappie” (idem) chega aos cinemas com a função de atrair o público com uma trama que transita entre a emoção e a razão.
Deon (Dev Patel) é o criador de uma linha de robôs feitos para ampliar a eficiência da polícia. A ação passada na cidade de Joanesburgo (na África do Sul) mostra um cenário bastante desolador, no qual a inclusão de policiais desse tipo se faz realmente necessária (uma vez que os ditos “fora da lei” não hesitam em se opor às autoridades “de carne e osso”).
Mas o jovem e promissor engenheiro tem mais uma ambição: criar um protótipo de metal com inteligência artificial capaz de aprender, executar e demonstrar o que sente (inclua-se no pacote: medo, alegria, raiva, coisas tão inerentes à raça humana).
Com a negativa de permissão de sua chefe Michelle Bradley (interpretada por Sigourney Weaver) para fazer o andamento de seu improvável projeto, Dean se apodera ilegalmente de um robô que seria descartado. É assim que “nasce” Chappie (voz de Sharlto Copley), o primeiro robô capaz de manifestar sentimentos impossíveis para uma máquina qualquer.
É muito interessante acompanhar a evolução de seu aprendizado. Se num primeiro momento ele tem a postura de uma criança que nem aprendeu a falar ainda, em pouco tempo já se mostra versátil o suficiente para desenvolver múltiplas habilidades. Mas será que a humanidade tão cheia de falhas e preconceitos em relação a seus próprios semelhantes está pronta para lidar com essa “evolução”?
Completam o elenco Hugh Jackman como Vincent, engenheiro rival de Deon, cuja criação robótica foi descartada na fase inicial, devido à escolha dos robôs policiais do protagonista. Além dele, os cantores Yo-Landi e Ninja (do grupo sul-africano Die Antwoord) interpretam personagens homônimos – no caso, dois ladrões – que por uma ironia do destino serão fundamentais na formação do “caráter” de Chappie.
Vale conferir.
por Angela Debellis