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Crítica: “Drop: Ameaça Anônima”

Há duas certezas sobre a tecnologia: que seu avanço é imparável e que sua presença em nosso dia a dia transita entre o necessário, o relevante e o invasivo. A verdade é que estamos expostos a coisas que às vezes nem mesmo nos damos conta, até que sejamos vítimas da má-índole alheia.

Em “Drop: Ameaça Anônima” (Drop), conhecemos Violet Gates (Meghann Fahy), uma viúva que tenta reconstruir sua vida amorosa, anos após a morte do marido Blake (Michael Shea). Contando com a ajuda de sua irmã Jen (Violett Beane) para cuidar de seu filho único, Toby (Jacob Robinson), ela se sobrepõe a traumas passados e embarca na jornada de conhecer pessoalmente Henry (Brandon Sklenar), com quem iniciou um contato através de um aplicativo de relacionamento.

Mas o que era para ser apenas um encontro marcado em um luxuoso restaurante panorâmico em Chicago torna-se um intrincado jogo de gato e rato entre a protagonista e o remetente misterioso que lhe envia mensagens pelo DigiDrop, versão fictícia de uma função existente na vida real, que permite o compartilhamento de arquivos entre dispositivos de uma famosa marca de aparatos tecnológicos.

Se as primeiras interações não pareciam oferecer perigo, a coisa muda de figura quando as vidas de Jen e Toby são postas em risco, caso Violet não cumpra com exigências em escala cada vez maior feitas por alguém que, a partir das regras de uso do aplicativo, obrigatoriamente têm que estar dentro do mesmo restaurante (já que as interações entre aparelhos só podem se dar em um raio de até 15 metros de distância).

Essa limitação faz com vários presentes no local tornem-se potenciais suspeitos e o roteiro de Jillian Jacobs e Christopher Roach é muito sagaz ao oferecer pequenos detalhes de cada figura, a fim de convencer o público de seu envolvimento. Mas, o avanço da narrativa faz com que certas convicções se modifiquem rapidamente, dando margem a mais de uma interpretação que seria válida – pelo menos durante alguns instantes.

Dirigido por Christopher Landon, o thriller é pautado por momentos de tensão, mas também conta com sequências que têm no humor sua maior arma. Essa transição entre gêneros funciona na maior parte do tempo, mas as cenas que exigem maior atenção para tentar desvendar não só o antagonista da história, como também sua verdadeira motivação, são as com maior apelo junto à plateia.

Visualmente, “Drop: Ameaça Anônima” sabe conduzir a ideia de Violet estar sendo intimidada pelas mensagens, quando, diante dos olhos dos espectadores, ela parece apequenar-se diante do conteúdo que sai da tela do celular para surgir em tamanho exagerado na tela do cinema. Destaque para quando as imagens das câmeras de segurança de sua casa formam uma espécie de mosaico ao seu redor, aumentando a sensação de impotência diante da coação.

Os minutos finais do longa guardam boas e inteligentes reviravoltas e devem animar quem gosta de obras que propõem essa linha de raciocínio, onde todos são suspeitos, até as peças se encaixarem apropriadamente, e revelar o que levou àquela conclusão.

Vale muito a pena conferir.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Universal Pictures.

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