Crítica: “Godzilla e Kong: O Novo Império”

Em seu material de divulgação, “Godzilla e Kong: O Novo Império” (Godzilla x Kong: The New Empire) traz uma frase que carrega muito mais profundidade do que pode parecer: “Levantar Juntos ou Cair Sozinhos”.

A resposta é a base sobre a qual o longa dirigido por Adam Wingard se apoia, para levar às telas uma nova (e sempre bem-vinda) possibilidade de ver os amados titãs em ação.

Se nenhum elo de amizade é capaz de uni-los, é hora de colocar as diferenças de lado e olhar para a mesma direção – nesse caso, a que conduz à derrota de um inimigo em comum, Scar King, cuja existência e total desprezo pela raça humana são letais o bastante para colocar um sinal de alerta sobre as cabeças de cada um de nós.

A trama se passa anos após os fatos vistos em “Godzilla vs Kong” e mostra um quadro de relativa calmaria, com o lagarto radioativo migrando pelos oceanos  em constante vigilância, e o macaco gigante se estabelecendo no interior da Terra Oca – que revela-se muito maior do que os espaços já mapeados pela empresa Monarca.

Um, protege a natureza, o outro, é responsável pela segurança da humanidade – o que seria realmente incrível, se os humanos tivessem a mínima capacidade de lidar com a ideia de conviver com criaturas tão ímpares (que bom que existe a ficção).

Claramente, o roteiro de Terry Rossio, Simon Barrett e Jeremy Slater dedica mais espaço à história de Kong, que, embora siga imponente, surge mais abatido – talvez pela falta de progresso na busca por algum outro membro de sua espécie – assim como ganha expressões ainda mais impressionantes, aumentando a efetividade de sua comunicação (e injetando uma boa dose de emoção à sua participação).

Isso não quer dizer que não há espaço para Godzilla, pelo contrário. A exposição do titã a uma imensa carga de radiação – cuja justificativa para tal fato é mais do que aceitável – amplifica sua relevância e eleva o seu já imenso poder a uma potência extrema – o que significa que sua presença em cena sempre acrescenta (e muito) à expectativa do público.

É fácil confirmar a vontade de ver apenas a dupla de protagonistas (e demais coadjuvantes titânicos) em ação. Mas, isso é, obviamente, impossível. Dentro desse impedimento, surgem os humanos (com suas características questionáveis, diante de tal magnitude), a fim de ajudar a costurar a narrativa. E, por incrível que pareça, dessa vez, essas participações conseguem trazer elementos surpreendentes ao filme.

Temos o retorno da Drª Ilene Andrews (Rebecca Hall), que segue à frente da equipe que monitora as atividades de Kong na Terra Oca; sua filha adotiva Jia (Kaylee Hottle), agora uma pré-adolescente que se sente deslocada em uma sociedade que em nada lembra os costumes de sua extinta tribo e terá um papel fundamental na história; e Bernie Hayes (Brian Tyree Henry), podcaster / alívio cômico, que mostra ótima química com o novo personagem Trapper (Dan Stevens), veterinário responsável por ajudar Kong em dois momentos com escalas de importância distintas.

Há muito a se destacar em “Godzilla e Kong: O Novo Império”, mas quase tudo culmina em spoilers, o que tiraria parte do impacto que certas sequências causam – em especial, quando vistas em IMAX. Ainda assim, dá para dizer o quanto é bacana acompanhar o compromisso de se levar os personagens a encontrar uma constância no chamado MonsterVerse, criando narrativas que empolgam visualmente e buscam maneiras de inserir nomes importantes da mitologia de ambos.

Conforme eu disse na saída da sessão exibida na Cabine de Imprensa, como fã dos protagonistas, continuo me empolgando – e muito – com cada retorno deles às telonas. Se todo ano tivesse um novo capítulo dessa franquia, seria um gigantesco motivo para ir ao cinema.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Warner Bros. Pictures.

Filed in: Cinema

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