Estou longe de ser “gamer”, já que minha plataforma favorita ainda é o Atari 2600 que ostento com orgulho na prateleira (sim, ele funciona perfeitamente!).
Sabendo apenas que os personagens são baseados em um jogo do Playstation – bem mais moderno, diga-se de passagem – fui assistir à animação “Heróis da Galáxia: Ratchet e Clank” (Ratchet & Clanck) como fã de animações sem ter ideia do que esperar da história.
E fiquei bem feliz com o que vi. A trama é fácil de ser entendida por quem não conhece o jogo original e, aparentemente agrada também quem o conhece – durante a sessão, vários adolescentes vibraram com cenas que não fizeram tanto sentido para mim.
Ratchet é um lombax (algo entre um guaxinim e um pequeno felino) que trabalha em uma oficina mecânica e sonha em se tornar um dos Guardas Galácticos, os “defensores do planeta” e seus ídolos de infância – em especial o narcisista Capitão Qwark. A inesperada abertura de uma vaga na equipe parece ser a deixa perfeita para o protagonista.
Já Clank é um pequeno robô criado para derrotar os combatentes do crime, mas algo em sua montagem sai errado (ou seria certo?) e ele mostra-se muito mais inteligente e sensato do que seus “irmãos da linha de produção” – o que é considerado um defeito pelo vilão Charmain Drek, cujos planos malignos envolvem uma perigosa máquina: o “Desplanetizador”.
Essa inusitada dupla viverá grandes emoções em cenas que acredito fazer alusão ao jogo. Corridas, obstáculos, várias sequências lembram gráficos facilmente encontrados em games de ação.
Assisti à versão dublada e, apesar de querer acompanhar o trabalho do elenco de vozes originais que conta com nomes como John Goodman e Sylvester Stallone, gostei da adaptação brasileira. De piadinhas simples a citações sobre o Uber e atualizações do Java, há momentos divertidos para todas as idades.
Destaques para a cena que envolve os pôsteres de três clássicos da década de 1980 e para a narração cada vez que é necessário situar o espectador no evento atual.
Também há outro pequenino robô, assistente do vilão, e cujo corpo metálico remete a uma roupa social – com direito a gravatinha e tudo. Ele tem poucas cenas, mas dá um show cada vez que aparece na telona.
O visual bem trabalhado merece ser visto em 3D e para completar o pacote, a trilha sonora é muito eficiente. Ponto para a equipe criativa que soube juntar os elementos necessários para um bom resultado.
Vale conferir.
por Angela Debellis