Crítica: “Meu Casulo de Drywall”

No início, o filme nacional “Meu Casulo de Drywall” parece ser um título para adolescentes, que trata sobre “pegação”, festinha sem os pais, no clássico modelo americano de ser fazer produções do tipo.

O fato de ter Maria Luisa Mendonça no elenco é motivo para ficar intrigado, e esperançoso. Como é possível uma atriz da grandeza dela, nesse tipo de obra? Mas não demora muito tempo para se revelar a desconstrução do óbvio.

Tudo começa na preparação para a tão sonhada festa de 17 anos de Virgínia (Bella Piero). Sua mãe Patrícia (Maria Luisa Mendonça), tem alguns receios de deixar a filha sozinha com os amigos, mas acaba cedendo. Seu pai, o juiz Roberto (Caco Ciocler), sempre ausente, devido à sua atuação em Brasília, nem soube da festa.

Um drama é revelado poucos minutos após o início da narrativa: alguma coisa deu errado e Virgínia morreu. A partir daí, vamos acompanhando o desenrolar pós-morte da personagem, intercalando flashback, à sequência não linear da festa.

Interessante observar o nível alcoólico, e outras drogas, lícitas e ilícitas, que vão se somando ao corpo e ao comportamento das personagens no passado de um dia atrás.

Já no presente, temos um show de Maria Luisa Mendonça, na construção do enlouquecimento dessa mãe. Absorta em culpa, mas que também deixa escapar espontaneamente seu narcisismo competitivo, sufocado com a beleza e juventude da filha, que mesmo morta, gera uma obsessão comparativa.

Simbologias como feridas que aumentam conforme o tempo vai passando, apoiam-se na psique humana e mostram o caminho para o entendimento final. É interessantíssimo descobrir a razão da morte, em especial, por ser uma tragédia possível.

Algumas cenas se perdem e outras fogem do contexto, por mais que se tente achar um sentido para elas. Talvez por excesso de códigos psíquicos, para explicar o uso dos próprios símbolos. Justificar o injustificável.

“Meu Casulo de Drywall” conta com a breve e especial participação de Débora Duboc, como a mãe doente da melhor amiga de Virgínia, e tem roteiro e direção de Caroline Fioratti.

por Carlos Marroco – especial para A Toupeira

*Titulo assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Gullane+.

Filed in: Cinema

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