Popularmente, definimos o cinema comercial através da fórmula básica que envolve a diminuição do diálogo e a amplificação da imagem, uma abordagem simplista que visa somente o sucesso de bilheteria. “O Último Caçador de Bruxas” (The Last Witch Hunter) ultrapassa todos esses limites.
Após derrotar a Rainha Bruxa e livrar a humanidade da praga, Kaulder (Vin Diesel, de “Velozes e Furiosos 7”) é “amaldiçoado” com a imortalidade. Oitocentos anos depois, a partir da criação do Conselho, bruxas passam a viver ocultas entre humanos. Kaulder é o único capaz de impedir que uma legião maligna vingue todos os anos de caçada.
A maior fragilidade da narrativa se dá pela péssima construção das personagens, que não são dinâmicas e não apresentam nenhum elemento que as defina como indivíduos, nenhuma particularidade. As frases de efeito são muletas do roteiro, uma tentativa de resgatar o público, que se encontra imerso num oceano de efeitos visuais.
Diesel aparece apático. Quase não se esforça ou tenta criar qualquer peculiaridade que defina sua personagem. Rose Leslie, que interpreta a jovem bruxa Chloe, parece ser a única que convence. Além de nos apresentar ao submundo bruxo, que talvez seja o aspecto mais interessante do longa, mas que também é pouco explorado. O elenco ainda conta com Elijah Wood e Michael Caine.
Se você procura ação, bons efeitos gráficos e diversão sem compromisso, “O Último Caçador de Bruxas” é uma opção aceitável. Contudo, estejam preparados para uma execução preguiçosa, atuações medianas e um final extraordinariamente clichê.
por Otávio Santos – especial para A Toupeira