Quando eu era criança (há um bom tempo, diga-se de passagem!), raramente tinha sonhos com castelos de princesas. O que realmente queria, era ir para a Terra do Nunca – desejo que não perdeu completamente a força com o passar dos anos, mas enfim…
Chega às telonas, “Peter Pan” (Pan), nova aposta da Warner Bros., que, sob a direção de Joe Wright mostra a origem do “garoto que não queria crescer”, criado por J.M. Barrie e que encanta tantas gerações.
O jovem ator Levi Miller dá vida ao protagonista, apresentado como um órfão de 12 anos, abandonado ainda bebê na porta de um orfanato, por sua mãe (Amanda Seyfried), que promete em uma emocionante carta, reencontrá-lo neste ou em outro mundo. O local é dirigido por freiras de conduta pra lá de duvidosa. É de lá que Peter e outros tantos garotos são levados por “piratas voadores” a la Cirque du Soleil, para trabalhar nas minas da Terra do Nunca em busca de Pixum, material cujo valor tem extrema importância para o excêntrico vilão do filme, Capitão Barba Negra (interpretado por Hugh Jackman).
Também é nesse cenário que o menino descobre que há uma lenda que muito se assemelha à sua inesperada chegada e que o coloca no centro de uma batalha entre os piratas e os nativos liderados pela Princesa Tigrinha (Rooney Mara, cheia de cor e habilidade de luta). Para fechar as referências à obra original com “gancho” de ouro, Peter conhece e se torna amigo de um simpático rapaz chamado James Hook (Garrett Hedlund, facilmente caindo no gosto do público).
Para os “mais velhos” que ainda não se acostumaram com a globalização dos nomes de certos personagens, é uma delícia ler Sininho quando a pequenina fada aparece na tela – ainda que isso dure pouquíssimos segundos e nem vejamos de fato como ela é – tão diminuta, parece um vagalume.
Surpreendentemente, o uso do 3D agrada e faz com que assistir ao longa com esse recurso seja uma boa pedida. A trilha sonora tem a “pegada padrão” dos filmes de pirata – o que também é ótimo – mas o óbvio destaque vai para uma cena já mostrada em dos trailers oficiais, quando Barba Negra (e sua excelente voz teatral) comandam um enorme coro de garotos perdidos sob o refrão de um dos maiores hinos da era grunge, “Smells like Teen Spirit” da Banda Nirvana.
Fica a torcida pelo sucesso do filme, a fim de termos uma continuação. Porque agora sabemos que grandes amizades podem se tornar rivalidades icônicas. Só nos resta saber o porquê disso acontecer.
Tenha seus pensamentos mais felizes e vá voando para o cinema.
por Angela Debellis