Há 13 anos, uma peixinha azul com perda de memória recente roubava a cena nos cinemas. Agora, a adorável Dory deixa o posto de coadjuvante de “Procurando Nemo” para brilhar em sua própria animação, adequadamente intitulada “Procurando Dory” (Finding Dory).
Como no mundo do cinema o tempo pode ser menos cruel do que na vida real, vemos que entre a trama de 2003 e esta nova, apenas um ano se passou (o que em termos de vida dos peixes, é bem convincente). Dory, Nemo e Marlin não são mais apenas amigos, são uma verdadeira família, com a protagonista morando ao lado da anêmona que serve de lar para os peixes-palhaço, cujo retorno às telonas brinda os espectadores com uma grande dose de nostalgia e satisfação.
A aventura começa de fato com uma lembrança inesperada de Dory, que começa a ter lampejos de memória de quando era filhote e vivia com seus pais. Aliás, esses momentos de flashback são tão encantadores, que podem entrar facilmente para a galeria de favoritos de grande parte dos apreciadores de animação.
A partir daí, ela decidirá ir em busca de sua família e para isso contará com a sempre válida ajuda de amigos (os mais antigos e os novos/surpreendentes).
Se por um lado é muito bom rever os personagens conhecidos, é ainda melhor perceber que a capacidade das mentes criativas da Disney Pixar se manteve, com a criação de inéditos e marcantes nomes (preste atenção na foca Geraldo!).
Entre eles, o de maior destaque em cena é Hank (voz de Antônio Tabet), um polvo com sete tentáculos que vive no Instituto de Vida Marinha, para onde Dory acaba indo por acreditar que seus pais também estão lá. Mal-humorado e cínico, ele ganha o sempre festejado status de coadjuvante que merece um filme solo (alguém já viu essa história antes?!).
A boa notícia é que todas as perguntas são respondidas de maneira satisfatória, desde sua separação da família, ao inusitado fato de saber falar baleiês, agora há explicação para tudo que sempre se quis saber, mas não tinha a quem perguntar sobre Dory.
Como já era de se esperar, em relação ao visual a animação é incrível, rica em detalhes como a textura de escamas, penas e pelos dos animais. Ponto positivo também para a dublagem nacional com a inusitada e muito divertida participação da jornalista Marília Gabriela.
Há uma cena adicional que merece ser assistida, então aguarde o término dos créditos, vale muito a pena.
Um filme inesquecível. Literalmente.
por Angela Debellis