Filmes de romance normalmente não trazem consigo temas muito diferentes, porém, são muitos o que nos cativam, e que nos fazem mergulhar numa história apaixonante. Este longa, no entanto, fica bem abaixo das expectativas.
“Retrato do Amor”(Photograph), dirigido por Ritesh Batra, conta a história de Rafi (Nawazuddin Siddiqui), um fotógrafo indiano que é pressionado por sua família a escolher uma pretendente e casar-se o mais rápido possível.
Ao tirar a fotografia de uma estudante chamada Miloni (Sanya Malhotra), e logo em seguida perdê-la de vista no meio da multidão em um ponto turístico, Rafi decide escrever uma carta para sua avó, e lhe contar que encontrou a pessoa ideal, o que ele não esperava era que sua matriarca iria à cidade para conhecê-la. O fotógrafo então precisa convencer a garota a se passar por sua noiva durante um período (o que ela aceita, após inicialmente relutar) e a partir daí os sentimentos se misturam.
A proposta do enredo utilizada no longa já foi tema de muitas produções de sucesso, mas ela foi muito mal-empregada desta vez. Particularmente, me incomodei com diversos quesitos, como por exemplo, o desenvolvimento dos personagens: nota-se que os atores principais não esboçam reação ou sentimento algum nas cenas produzidas; a personagem Miloni não tem atitude, é facilmente convencida a fazer tudo, e o único diálogo que produz é quando está respondendo uma pergunta.
O decorrer da narrativa também não foi bem desenvolvido, as cenas são bem paradas, e as conversas do restante dos personagens giram em torno apenas de dois assuntos: exigências e casamento. O final não é nada surpreendente, ao contrário: apesar de deixar claro que o fotógrafo e a estudante estão apaixonados, o desfecho acaba sendo um pouco dedutivo.
Acredito que a história poderia ter sido elaborada de outra maneira, com textos mais animados, personagens que parecessem envolvidos com a situação. Isso faria uma diferença enorme em todo o contexto da obra, deixando-a mais atrativa aos espectadores.
por Victória Profirio – especial para A Toupeira