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Crítica: “Tarsilinha”

Direcionado ao público infantil, o filme “Tarsilinha” desbrava as pinturas mais emblemáticas da artista modernista Tarsila do Amaral e é lançado em celebração ao centenário da Semana de Arte Moderna de 1922.

Dirigido por Celia Catunda e Kiko Mistrorigo, dos mesmos criadores de Peixonauta e O Show da Luna!, o longa tem o roteiro assinado por Fernando Salem e Marcus Aurelius Pimenta.

Na história, acompanhamos Tarsilinha como se fosse nossa Alice desbravando um mundo cheio de maravilhas, com a diferença de que o encantamento vem diante dos cenários de quadros da Tarsila do Amaral e da cultura brasileira.

Apostando, então, na brasilidade, apresenta elementos de lendas folclóricas e culmina ainda na grandiosa figura do Abaporu, a partir do mais famoso quadro de Tarsila.

O grande dilema de Tarsilinha é o da memória: quando uma ventania mágica passa por sua casa, todos os objetos que a mãe guarda de lembrança da avó se perdem. A mãe misteriosamente se torna vazia e entristecida e, para salvá-la, Tarsilinha vai atrás de cada um dos objetos para recuperá-los muito além da floresta de sua casa.

Neste outro mundo, ela encontra um sapo cururu, a ajuda do Saci Pererê e uma vilã que se alimenta das memórias dos outros. É uma boa ideia, considerando que o movimento modernista do qual Tarsila fez parte é um exercício de deglutir e transformar aquilo que é europeu em cultura nacional com as marcas brasileiras.

Então, assim como o movimento modernista vem com um intuito de recuperar a memória brasileira, Tarsilinha, na animação infantil, vai em busca da memória da mãe, mas de criar as suas próprias aventuras e descobrir o Brasil que há além de sua fazenda.

Os elementos de Tarsila

Os personagens do filme vêm diretamente do quadro A Cuca, de Tarsila, como o sapo Cururu, a Lagarta, a Cuca e o Tatu. De acordo com os diretores, o brinco que Tarsilinha procura vem do autorretrato da pintora.

Em uma das cenas também há o famoso Trenzinho do Caipira, em que toca a música homônima de Villa Lobos, remetendo ao movimento modernista.

Os cenários são baseados também em telas como O Mamoeiro (1925); A Lua (1928); Morro da favela (1924); A Gare (1925); Sol Poente (1929), entre outros.

A produção conta com um belo traço colorido que retoma as cores vibrantes dos quadros de Tarsila, além de trilha sonora de Zeca Baleiro e Zezinho Mutarelli. “Tarsilinha” é uma boa pedida para apresentar o mundo das artes para as crianças.

por Marina Franconeti – especial para A Toupeira

*Título assistido via streaming, a convite da H2O Films.

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