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Crítica: “Thor: Amor e Trovão”

Questionar as divindades é um fator comum em momentos de tragédias pessoais, e quanto maior a desgraça, maior a duvida. É claro que em nossa realidade, não temos a presença física e material de seres divinos. Mas como lidar com essa dúvida em um universo em que os deuses se manifestam fisicamente e interagem com seus seguidores?

No caso de Gorr, que não só perdeu tudo, como ao confrontar o deus que venerava, este lhe fez pouco caso, e optou foi matar não só a tal divindade, mas todas as outras, por não proverem devidamente seus seguidores. Este é o antagonista do filme “Thor: Amor e Trovão” (Thor: Love and Thunder), longa no qual o herói epônimo deve confrontar o assassino de deuses e impedi-lo de atingir seus desígnios sombrios.

O filme é mais uma produção de Taika Waititi, que foi responsável por revitalizar Thor (Chris Hemsworth) nos cinemas. E como típico do diretor/roteirista, é repleto de humor, e personagens excêntricos, sendo o próprio protagonista um destes.

Apesar da obra ter Thor como protagonista, duas outras figuras roubam a cena, não só pela qualidade da escrita, mas também como pelos atores extremamente qualificados que os incorporam: o antagonista Gorr, e Jane Foster, que retorna como a Poderosa Thor.

Gorr, em si é um personagem trágico, que vê tudo que crê cair por terra, uma vez que seu deus não só lhe abandona, como tenta matá-lo. A atuação de Christian Bale é fundamental para tornar o vilão não só profundo e sombrio, mas também de certa forma compreensível e carismático.

No entanto, esse fato pode parecer problemático para alguns fãs, uma vez que o roteiro de Waititi e Jennifer Kaytin Robinson se foca mais em momentos cômicos, e o antagonista acaba destoa de todo o resto, por ser um personagem consideravelmente sério, em um filme que não se leva tão a sério assim.

Por sua vez Jane Foster, mesmo que tenha um contexto trágico, se vê melhor encaixada no filme: a personagem é escrita de maneira que abraça a comédia inerente vista em tela, misturando traços divertidos e dramáticos; além disso a atuação de Natalie Portman torna a Poderosa Thor ainda mais carismática, ainda que só pela narrativa já fosse.

O filme também tem visuais incríveis. Não só os efeitos especiais estão de ponta, mas também o uso das cores (ou até mesmo a falta delas), é muito bem pensado. Sem contar que a fotografia é maravilhosa, algo um tanto quanto incomum em títulos cujo foco é a ação.

O elo mais fraco da produção é justamente seu humor, que tem muitas piadas em sua composição. Se comparado a outros filmes mais cômicos da Marvel, o estilo entregue aos espectadores parece menos atraente do que poderia ser, ainda mais porque Taika Waititi também famoso por suas comédias.

No entanto “Thor: Amor e Trovão” atinge seu objetivo: é divertido. Seja pelo humor peculiar, pela ação, ou até pelo vilão interessante, o filme tem tudo para envolver e entreter fãs de super-herói, em particular, os do Deus nórdico do Trovão.

por Ícaro Marques – especial para A Toupeira

*Título assistido em Cabine de Imprensa promovida pela Disney Studios.

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