Ao entrar na sessão de “Um Conto do Destino” (Winter’s Tale), eu bem pouco sabia sobre a história, pois decidi que queria ser surpreendida pelo filme. E posso dizer que a experiência foi muito bem sucedida.
O longa é baseado no belíssimo livro – o qual tive a oportunidade de ler após assistir à produção cinematográfica – escrito por Mark Helprin, em 1983. À frente da direção, está Akiva Goldsman, que faz um competente trabalho ao levar o romance às telonas.
A trama pode parecer meio confusa, e até difícil para boa parte dos espectadores, mas é justamente a densidade de seus acontecimentos, que a tornam tão diferente e interessante.
Tudo começa em 1914, quando o protagonista Peter Lake (Colin Farrell, como mais um personagem de época), surge como um ladrão que vê seu destino mudar ao entrar em uma casa supostamente vazia para um último assalto antes de sua fuga de Nova York. É nesse momento que conhece a bela e rica Beverly Penn (Jessica Brown Findlay, perfeita para o papel), jovem de 21 anos que vê sua vida de esvair por entre os dedos, graças ao precoce diagnóstico de tuberculose.
A partir desse encontro, veremos o quanto o verdadeiro amor pode contribuir para que milagres aconteçam em nossas vidas e nas das pessoas que nos cercam, não importando o tempo ou o espaço.
A luta entre o bem e mal é que move os personagens, em sequências com todos os ingredientes para encantar os mais sensíveis. De cavalos alados ao eterno (mas sempre bem-vindo nesses casos) clichê do “beijo para acordar a princesa adormecida”, tudo gira em torno da busca pelo milagre que dá sentido à existência de cada um que habita esse planeta.
Com uma virada inesperada na história, quando o destino entra em cena, nem tudo é o que parece e a parte final do filme surpreende e emociona. Assim como todo bom romance deve ser.
por Angela Debellis