Crítica: “Viva a Vida”

Histórias que têm famílias como centro podem gerar resultados dos mais diversos. Mas, a verdade é que tal assunto terá sua importância definida por aquilo que cada espectador carrega em relação a seu próprio histórico.

Isso significa que, dependendo de como o tema é encarado pelo público, “Viva a Vida” pode ser visto como um título familiar, um drama (ou um romance) com pitadas de comédia. O que faz da produção dirigida por Cris D’Amato um opção, no mínimo, interessante.

Na trama escrita por Natalia Klein, conhecemos Jéssica (Thati Lopes), vendedora que trabalha em um Antiquário no Rio de Janeiro. É nesse ambiente que, por aquelas maravilhosas coincidências que só acontecem na ficção (ou em casos raros na vida real), ela terá acesso a um medalhão idêntico ao deixado por sua falecida mãe.

A peça foi entregue ao estabelecimento por Gabriel (Rodrigo Simas), que, supostamente, tem um parentesco com a jovem e que, assim como ela, fica surpreso com esse encontro inesperado. Em comum, a dupla manifestará o interesse em beneficiar-se da descoberta, tencionando obter uma hipotética herança.

Para dar andamento a esse plano, eles fazem uma viagem a Israel, o que serve como ótimo pano de fundo para a apresentação de pontos turísticos e atitudes envolvendo a cultura local. Destaque para a sequência passada diante do Muro das Lamentações, cujo desdobramento posterior é um dos mais emocionantes do longa.

É no país localizado no Oriente Médio que conhecerão o desiludido proprietário da agência de turismo Rosenn Tours, Benjamin (Jonas Bloch), cujo casamento de cinquenta anos aparentemente chegou ao fim, com a partida repentina de sua esposa Hava (Regina Braga).

Reunir o experiente casal de brasileiros passa a ser a missão de Jéssica e Gabriel, que, de maneira gradual, começam a entender que estabilidade financeira (entendam-se valores obtidos através de herança fortuita) é algo muito bom, mas que há certas coisas tão maravilhosas quanto, cujo valor nunca poderá ser mensurado.

O filme tem uma história bastante simples, mas, dentro do que se propõe, entrega um resultado encantador. Thati Lopes, como de costume, mantém a capacidade de equilibrar-se entre a comédia pura (como na divertida citação às Minas do Rei Salomão) e os momentos nos quais a emoção se faz necessária.

Outro ponto alto é a interpretação de Diego Martins, que dá vida ao guia turístico Ramirez. Seu discurso espontâneo faz dele uma figura que diverte com facilidade e que acrescenta qualidade a cada cena em que aparece.

Embora o título possa remeter a algum conselho clichê, “Viva a Vida” não tem a pretensão de ser uma obra motivacional (no sentido amplo da expressão). E isso é muito bom, já que, ao aproximar a plateia da narrativa central com naturalidade, torna-se mais fácil simpatizar com cada personagem e suas experiências prévias.

Vale conferir.

por Angela Debellis

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela Elo Studios.

Filed in: Cinema

You might like:

Pão de Leite Caseiro: Uma receita para reunir a família Pão de Leite Caseiro: Uma receita para reunir a família
“Xodó de Cozinha” recebe Sidarta Ribeiro para falar de saúde mental “Xodó de Cozinha” recebe Sidarta Ribeiro para falar de saúde mental
Cinemark apresenta combo oficial de ‘Capitão América: Admirável Mundo Novo’ Cinemark apresenta combo oficial de ‘Capitão América: Admirável Mundo Novo’
Positivo S+ lidera transformação digital do setor de TI na América Latina Positivo S+ lidera transformação digital do setor de TI na América Latina
© 3767 AToupeira. All rights reserved. XHTML / CSS Valid.
Proudly designed by Theme Junkie.