Particularmente não sou muito fã de comédia do tipo pastelão, prefiro algo mais leve, com situações do dia-a-dia, ou mesmo sátiras em geral. Mas o gênero existe para divertir de maneira despretend e conquista milhares de pessoas no mundo inteiro. “Zoolander 2” (Zoolander 2) é assim.
A prova de que o longa seguirá a mesma linha de seu antecessor (“Zoolander”, de 2001) acontece logo no início, com o assassinato de Justin Bieber, o próprio, que antes de dar seu último suspiro tira uma selfie fazendo “biquinho” e a publica em sua página pessoal do Instagram. E esse é só o primeiro de muitos absurdos!
A trama traz os dois ex-modelos mais famosos do mundo: Derek Zoolander (Ben Stiller) e Hansel (Owen Wilson) que retornam subitamente aos holofotes, após vários anos de sumiço. A humilhação foi tão grande que cada um tomou seu rumo e seguiu suas vidas separadamente, até que ambos são convidados para um retorno triunfal e decidem reaparecer em um desfile de uma nova marca conhecida.
Após o evento e mais uma humilhação sofrida pelos ex-modelos metidos a espiões, uma ex-top especializada em fotos de biquíni (Penélope Cruz) pede ajuda da dupla decadente para investigar o assassinato das personalidades mais bonitas do mundo. Até que Zoolander e Hansel descobrem que o “cabeça” por trás das mortes e ataques é seu velho conhecido Mugatu (Will Ferrell).
No quesito “contratar atores mais sérios e trazê-los para uma comédia-pastelão” o longa dá um show, com a participação de Kiefer Sutherland – interpretando ele mesmo – Milla Jovovich e a própria Penélope Cruz. Além de trazer diversas celebridades do mundo da moda como os estilistas Valentino, Alexander Wang, Marc Jacobs e Tommy Hilfiger, as top Naomi Campbell, Karlie Kloss e Kate Moss e a editora-chefe da Vogue norte-americana Anna Wintour, a própria chefa durona retratada em “O Diabo Veste Prada”. Isso sem contar os cantores: Ariana Grande, Susan Boyle, Katy Perry, Willie Nelson, Sting e M.C. Hammer que também fazem participações especiais.
Quanto ao quesito “hilário” não sei se posso dizer o mesmo. Quer dizer, a produção pode até provocar gargalhadas no público, mas tem uma história fraca. A sensação é a de que o que era para ter graça acaba ficando forçado.
Tirando a sátira do momento atual em que vivemos – quando tudo é postado nas redes sociais quase que instantaneamente – o restante surge na tela com o exagero visto na maioria das comédias-pastelão.
Se você gosta do gênero, deve se interessar por este lançamento. Mas se não gosta, essa não será a chance de mudar de opinião.
por Tabatha Moral Antonaglia – especial para A Toupeira