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Críticas: “Regras do Amor na Cidade Grande”

Graças ao grande alcance dos streamings e ao tradicional boca a boca, a popularidade dos k-dramas (minisséries da Coreia do Sul) atingiu grande notoriedade no Ocidente, incluindo o Brasil, impulsionada pela expansão da Netflix e pela plataforma Viki, especializada em produções asiáticas.

Entre o público brasileiro, majoritariamente composto por mulheres acima dos 35 anos, os romances destacam-se como um dos gêneros preferidos. Contudo, essa indústria de “soft power” oferece uma diversidade de roteiros igualmente fascinantes e relevantes, como os de terror, comédia, drama, ficção científica e fantasia.

Um dos aspectos mais marcantes dessas produções são seu método narrativo, que apresenta um ritmo distinto dos dramas ocidentais. A narrativa geralmente começa de forma gradual, permitindo construir tensão emocional e vínculos profundos com os personagens.

Ao longo dos episódios, acelera em direção ao clímax, focando especialmente no crescimento tocante dos protagonistas. As histórias frequentemente abordam superação, redenção e, principalmente, amor incondicional, característico dos romances.

Essas características não se limitam às séries, que possuem entre oito e dezesseis episódios com duração de até 1h30 cada. Os atores também migram para o cinema, onde frequentemente encontram maior liberdade criativa, abordando temas mais maduros.

Filmes podem elevar gradualmente a classificação indicativa, tratando de assuntos menos filtrados para públicos jovens, como é o caso do reflexivo “Regras do Amor na Cidade Grande” (Daedosiui salangbeob / Love in the Big City). Protagonizado por Steve Sanghyun Noh e Kim Go-eun, o longa narra a história de dois universitários que enfrentam desafios, enquanto tentam construir suas carreiras e sustentar-se.

Inspirado no livro homônimo de Sang Young Park, o longa explora uma jornada emocional em busca de conexão em um mundo cada vez mais individualista e distante. Jae-hee (Kim Go-eun) é uma jovem vítima de bullying na faculdade, que se isola devido à pressão do campus e ao assédio constante de uma sociedade machista.

Determinada, ela decide enfrentar as adversidades e, consequentemente, torna-se amiga Íntima de Heung-soo (Steve Sanghyun Noh), um rapaz que, como ela, sente-se pressionado a esconder sua sexualidade diante de uma sociedade preconceituosa.

Compartilhando dificuldades semelhantes, os dois resolvem morar juntos. Como amigos próximos, superam gradualmente os obstáculos e desafios da vida, de forma intensa e emocional. A trama, sendo um filme, vai direto ao ponto, focando nos aspectos essenciais sem deixar de cativar os espectadores com reflexões sobre respeito e a importância de aprender continuamente e entendendo como a sociedade é intolerante.

Devido ao ótimo roteiro de roteiro de Kim Eun Sook,tanto Kim Go-eun quanto Steve Sanghyun Noh entregam performances marcantes, que conduzem a narrativa sem excessos, ajustando-se ao tempo limitado da produção, com cenas reflexivas e um testemunho da capacidade humana de encontrar beleza e força, mesmo nas situações mais difíceis. A cada desafio em eles se erguem mais fortes, provando que a verdadeira força reside na capacidade de amar e superar.

A indústria cinematográfica sul-coreana oferece um vasto leque de possibilidades e gêneros, e “Regras do Amor na Cidade Grande” se diferencia dos tradicionais k-dramas com classificação indicativa livre. Além disso, inclui cenas com consumo de bebidas alcoólicas, tabaco e momentos sensuais, sem ser explícito. Por isso, é recomendável atenção à classificação indicativa antes de assistir.

por Surya Bueno – especial para A Toupeira

*Título assistido em Cabine de Imprensa Virtual promovida pela A2 Filmes.

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