Em 2016, o desenhista Sergio Tiburcio Graciano (80 anos) completa 50 anos de Mauricio de Sousa Produções. É uma vida de dedicação, carinho e amor a uma empresa que viu crescer e se expandir.
Graciano veio de Cambuquira, em Minas Gerais, para São Paulo e foi na capital paulista que, em 1960, como ajudante de pedreiro, viu sua vida mudar. Construía casas, levantava muros, colocava janelas e portas, e foi assim que a vida lhe abriu uma chance de trabalhar com o criador da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa, em 1966. Ele agarrou a oportunidade e passou a construir sonhos e fantasias, no mundo recém-criado por Mauricio.
Em estúdio pequeno, com poucas pessoas, ajudava em tudo que fosse preciso na produção das tiras que saíam nos jornais. Depois de muito treino e teimosia, tomou gosto pela arte-final. Como arte-finalista, viu o estúdio pequeno virar um gigante. Colaborou com um sem número de histórias e deixou sua contribuição e sua marca pessoal na Turma da Mônica.
E quando se fala em marca pessoal não é exagero. Sua digital, como um carimbo, virou cabelo do Cascão para facilitar a produção do desenho que era feito com caneta. Graciano diz brincando que foi a primeira arte “digital” do estúdio. Mauricio gostou da inovação e aprovou a ideia. Cascão nunca mais foi o mesmo. Graciano inventou a técnica por acaso e é usada até hoje.
“Em 1966 eu era pedreiro e fiz um trabalho na casa da secretária do Sr. Carlos Caldeira Filho, um dos donos da Folha de São Paulo. Ela soube que eu desenhava e me informou que o Mauricio de Sousa estava montando uma equipe para seu estúdio. Então fiquei fazendo testes no estúdio por dois meses e fui contratado. Hoje fico honrado de trabalhar nesses anos todos e ver o crescimento da empresa baseada em muito trabalho e amor pelos quadrinhos”, comenta Graciano.
“O Graciano chegou para trabalhar comigo justamente quando eu estava dando um salto em minha produção para poder iniciar meu negócio de quadrinhos. Foram tempos difíceis para esse desafio. Ele caiu como uma luva no estúdio, pois sempre foi generoso com meus personagens. Assim é até hoje. Um companheiro de trabalho que continua jovem. Como eu!”, recorda Mauricio de Sousa.
da Redação A Toupeira