Pink Floyd é uma dos nomes mais importantes na história do rock e, com certeza, o mais conhecido de progressivo pelo público em geral. A banda tendia a fugir das tendências eruditas do subgênero, procurando algo ainda mais psicodélica que as outras, com alguns fãs hesitando em usar esta alcunha, preferindo a de rock psicodélico. No entanto não importa como você prefira chamar, a influência da banda é clara.
Na noite de ontem, 19 de agosto, tive a oportunidade de assistir a banda cover Pink Floyd Dream no Teatro Bradesco em São Paulo no show “Pink Floyd: The Wall in Concert”. Sob a regência do Maestro Adriano Machado, a apresentação também contou com acompanhamento de um sexteto de cordas da Orquestra Sinfônica Vila Lobo e um trio de vozes femininas.
Uma das propostas da banda formada Marcos Meneghel (Voz e contrabaixo), Alexandre Chamy (Voz, guitarra e violão), Victor Melo (Voz, guitarra e violão), Chico Weiss (Voz e teclados) e Cassiano Pires (Bateria e percussão) é aproximar-se com fidelidade dos originais, algo típico dos covers. Porém, diferente de outras, não só procura se aproximar do original, mas também se mostra eficiente ao tomar algumas liberdades criativas de bom gosto e sutis.
Aliás, a qualidade do show é gritante. Em primeiro lugar, a banda em si é muito talentosa, e isso fica ainda mais visível, com todos integrantes tendo oportunidade de brilhar durante o show. E por falar em brilho, o saxofonista Fabio Bizarria toda vez que estava em palco roubava os holofotes, tanto por sua capacidade musical, quanto pela ginga.
Na famigerada “The Great Gig in the Sky”, o trio de backing – Carina Assencio, Rachel Cossermelli e Regina Migliore – só chamou atenção, mas o solo das três foi incrível, e cada uma pôde cantar um trecho da música, numa clara liberdade criativa em relação ao original, na qual apenas uma vocalista canta.
Tamanha qualidade fez com que eu desejasse mais liberdades criativas como a anterior. O sexteto de cordas, em particular, poderia facilmente tocar algum arranjo das partes dos teclados, que estavam utilizando samplers de cordas, por exemplo.
O visual do show, ainda que simples, estava interessante. As projeções exibidas numa tela circular várias vezes pareciam uma janela para outros mundos e realidades. As imagens eram cenas de clipes do Pink Floyd, do longa “The Wall” (que completa 40 anos de lançamento) ecenas de séries, documentários e filmes.
“Pink Floyd: The Wall in Concert” com certeza é uma grande experiência, e vai agradar e muito os fãs da banda inglesa.
Crédito das fotos: Ícaro Marques
por Ícaro Marques – especial para A Toupeira