Aconteceu hoje, 02 de agosto, a Coletiva de Imprensa de “Ben-Hur”, em São Paulo. Nós já assistimos ao filme, mas, por solicitação da distribuidora Paramount, só poderemos falar a respeito no dia da estreia, quando você confere nossa Crítica Completa.
O evento desta tarde teve a presença dos protagonistas Jack Huston e Rodrigo Santoro, intérpretes de Judah Ben-Hur e Jesus Cristo, respectivamente. Após a sessão de fotos, os dois estiveram disponíveis para as perguntas dos jornalistas.
Jack foi questionado sobre a responsabilidade de interpretar o protagonista, nesta releitura da trama de Ben-Hur que já foi levada às telonas mais de uma vez e tem seu ponto alto na versão de 1959, vencedora de 11 estatuetas do Oscar e estrelada por Charlton Heston. O ator inglês pareceu bem seguro diante da missão de dar vida ao personagem no longa que chega aos cinemas em 18 de agosto.
Segundo ele, diferente da versão forte desde o início de Heston, dessa vez Judah é alguém em plena formação de caráter, com uma jornada única, onde o ponto principal para tornar-se um homem de verdade é encontrar dentro de si, a capacidade de perdoar.
Sobre a icônica cena da corrida de bigas, Jack afirmou que não foram usados efeitos visuais. Ele e Toby Kebbell – ator que interpreta Messala Severus, irmão adotivo de Ben-Hur – passaram por um rígido treinamento, que contava com inúmeros ensaios para que pudessem dar veracidade às imagens. Tirou risos dos jornalistas presentes ao contar que no primeiro dia de gravação da sequência, a dupla teve que ser “sutilmente” lembrada pelo diretor Timur Bekmambetov de não somente controlar as bigas, mas também fazer uso de expressões faciais que fossem além do nítido pavor que sentiam.
Se Jack Huston tinha a missão de fazer bonito em um papel que ficou marcado por uma atuação que completa 57 anos em 2016, Rodrigo Santoro não tinha uma tarefa muito mais fácil: interpretar alguém cuja história é uma das mais importantes de todos os tempos (independente de questões religiosas): Jesus Cristo.
O ator brasileiro, que tem uma trajetória cada vez mais consolidada em Hollywood, mostrou-se bastante sereno e honrado com a possibilidade. Ao dizer que fez um personagem entre a figura representada pelas obras renascentistas e as declarações históricas, ele afirmou ter consciência de que sua escolha para o papel poderia ser motivo de críticas.
Sobre a sempre impactante cena da crucificação, Santoro afirmou ter sido uma sensação indescritível realizá-la. Com um clima pouco favorável – havia nevado na noite anterior às gravações – a única solicitação do ator foi para que fosse feita uma única tomada longa – ao invés de pequenos takes – a fim de que pudesse aproveitar a maquiagem que levou horas para ser feita e a situação de estar preso à cruz, sem que isso necessitasse de muitas dolorosas repetições.
Praticante de Yoga, o ator respondeu todas as perguntas de maneira sempre calma e centrada, deixando-se tomar pela emoção apenas quando questionado justamente sobre a crucificação, o que o levou (e também alguns jornalistas) a um momento de belíssima reflexão e lágrimas.
A dupla concordou ao dizer que, a tônica da vida deve ser a bondade, razão que leva esta releitura, baseada na obra original de Lew Wallace e adaptada por sua trineta Carol Wallace, a ter um final bem diferente da versão anterior. Em um mundo no qual qualquer coisa é motivo para se machucar o próximo (seja através de um comentário na Internet, discussão no trânsito ou até mesmo agressão em casa), uma mensagem que prega o amor e o perdão, apesar e acima de tudo, parece mesmo muito adequada.
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Créditos das fotos: Angela Debellis e Clóvis Furlanetto.
por Angela Debellis