Os atores principais de “Vidas Partidas” estiveram hoje, 26 de julho, em São Paulo para uma Coletiva de Imprensa. Entre eles, a protagonista Naura Schneider, Georgina Castro, Juliana Schalch e o diretor Marcos Schechtman. O evento ocorreu para a divulgação do filme e, principalmente, para que o tema de violência doméstica fosse retratado, até chegar ao máximo de mulheres possíveis.
A crítica completa do longa, estará disponível no dia da estreia, 04 de agosto. Por enquanto, confira um pouco de como foi esse bate-papo, que rendeu muitas informações importantes acerca desse assunto tão complexo.
A primeira pessoa a falar foi Naura Schneider, que além de ser produtora, é uma das personagens principais da obra, pois interpreta a mulher que sofre as agressões do marido. Ela contou que esse é um assunto bastante relevante, que mexe com toda a sociedade, e o longa veio no momento em que várias pessoas têm coragem de denunciar e falar sobre seus casos de violência. A atriz diz que está muito feliz com o resultado do filme, pois ele aborda um tema extremamente importante.
Logo após, o diretor Marcos Schechtman também contou um pouco de suas experiências com o seu primeiro longa. Disse que mergulhou de cabeça no trabalho – foram 10 meses de preparação -, com todo um grupo discutindo essa história do casal. Tudo para que a questão da estatística fosse ultrapassada e trazida para o público.
Marcos afirmou que esse não é um filme feminista, ele trata do feminino. E também, mostra que esses relacionamentos podem acontecer em qualquer tipo de classe social, ele não está designado apenas para certo grupo de pessoas, e sim, para qualquer um.
A atriz Georgina Castro, que faz o papel de Nice, empregada da família, falou sobre seu papel. Disse que ela é o olhar do público, que tenta ajudar, mas não tem muito o que fazer diante da situação, nem poder para resolver algo. Contou ainda que a relação dos personagens foi muito trabalhada, tanto dos adultos, quanto das crianças. E eles tentaram fugir de estereótipos e levar apenas a verdade através do filme, para ela, isso foi o mais importante.
A jovem Juliana Schalch, também falou um pouco de sua personagem, que é a Julia, amante do marido agressivo, Raul. Ela é uma moça que se encanta por seu professor, um homem bastante sedutor. A partir disso, se envolve com ele e entra nessa situação de traição. Isso acaba sendo um dispositivo para a relação do casal, que já não anda bem.
A atriz reforçou que também ficou feliz com o resultado, pois o tema é forte e precisa ser discutido com a realidade. Essa violência pode existir em qualquer lugar e em qualquer pessoa, mas esse padrão tem que ser desconstruído.
Por fim, Naura tomou a palavra mais uma vez. Ela trabalha com esse tema já tem um tempo, pois produziu um documentário sobre violência doméstica e, com isso, surgiu a ideia do longa. Ela acredita que a mulher pode, através da arte, chegar cada vez mais perto do seu problema.
Contou que, em algumas apresentações, diversas mulheres chegaram até ela para contar os seus casos e tiveram coragem de denunciar os agressores. Todas elas querem a sua família reunida – a personagem que ela vive, Graça, é assim. Ela é um pouco de cada mulher, tendo passado por violência ou não, todas sabem o quanto precisam batalhar para terem um lugar de destaque no mundo.
Crédito da foto: Thais Lopes.
por Thais Lopes – especial para A Toupeira