Prêmios Goya indica “Ainda Estou Aqui” na categoria de Melhor Filme Ibero-Americano

Crédito: Divulgação

“Ainda Estou Aqui” acaba de ser indicado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas da Espanha aos Prêmios Goya, a maior premiação do cinema espanhol. O longa de Walter Salles, com Fernanda Torres, Selton Mello, e participação especial de Fernanda Montenegro, concorre a Melhor Filme Ibero-Americano, categoria que pela primeira vez recebe um filme brasileiro na disputa.

“A indicação de “Ainda Estou Aqui” aos prêmios Goya é uma honra, e agradecemos à Academia de Cinema da Espanha nesta semana em que o cinema está de luto.  Estou muito triste com a perda da atriz extraordinária que era Marisa Paredes, pela qual nos apaixonamos nos filmes dos mestres Pedro Almodóvar, Fernando Trueba, Agustí Villaronga e Arturo Ripstein, nos papeis complexos e profundamente humanos que ela abraçou.  Além do incrível talento, Marisa Paredes era uma mulher luminosa, de uma grande coragem política.  Que sorte a nossa de termos vivido no tempo de Marisa Paredes”, comenta Salles.

Para o cineasta, esta é a segunda vez nos Goya, onde, em 2005, “Diários de Motocicleta” venceu o prêmio de Melhor Roteiro Adaptado.

A 39ª edição dos Prémios Goya acontece no dia 08 de fevereiro, em Granada, na Espanha. Intitulado “Aún Estoy Aquí” no país, o filme ainda não tem previsão de estreia nos cinemas espanhóis.

Nesta semana, o longa de Walter Salles também avançou na corrida pelo Oscar ao ser selecionado, entre 85 filmes, para a seleta shortlist, encerrando um período de mais de 15 anos em que o Brasil não chegava à fase de pré-seleção do evento. “Ainda Estou Aqui” agora concorre com outros 14 títulos por uma das cinco vagas na categoria de Melhor Filme Internacional, que serão anunciadas no dia 17 de janeiro.

“Ainda Estou Aqui” é a maior bilheteria brasileira pós-pandemia, o quinto maior filme lançado no Brasil em 2024, com mais de 2,7 milhões de ingressos vendidos, e segue ganhando reconhecimento da crítica por todo o mundo.

No domingo, a produção recebeu o prêmio de Melhor Filme Estrangeiro no New Mexico Critics Awards 2024. “Ainda Estou Aqui” também foi indicado na categoria Melhor Filme Internacional para o Satellite Awards, premiação concedida pela Academia Internacional de Imprensa, e Fernanda Torres concorre na categoria Melhor Atriz em Filme de Drama.

Na semana passada, o longa foi selecionado na categoria de Melhor Filme em Língua Estrangeira no Critics’ Choice Awards 2025. No Globo de Ouro, concorre a Melhor Filme em Língua Não Inglesa e Fernanda Torres disputa o prêmio na categoria de Melhor Atriz em Filme de Drama.

Torres já havia sido premiada como Melhor Atriz no Critics’ Choice Association Celebration of Latino Cinema and TV e ficou em segundo lugar na categoria de Melhor Atuação na premiação da prestigiada Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles, ao lado de Demi Moore.

O filme ainda foi eleito como um dos cinco Melhores Filmes Internacionais, segundo o National Board of Review, uma das mais importantes associações de críticas dos EUA, sediada em Nova York, marcando a quinta vez em que o diretor Walter Salles entra para a lista da associação – anteriormente, ele venceu com “Central do Brasil”, em 1998 e esteve na lista dos Top 5 com os filmes “Diários de Motocicleta”, “Abril Despedaçado” e “Na Estrada”.

A relação de prêmios inclui ainda Melhor Roteiro, no 81º Festival de Veneza, onde teve seu lançamento mundial; Melhor Filme pelo público, na 48ª Mostra de S. Paulo, no Festival Internacional de Cinema de Vancouver, no Canadá, e no Festival de Cinema de Mill Valley, nos Estados Unidos; e o Prêmio de Público e Prêmio Danielle Le Roy, dado pelo júri jovem do Festival de Pessac, na França.

Para além da temporada de premiações, o longa também foi reconhecido pela revista Hollywood Reporter – importante publicação sobre a indústria do entretenimento – como um dos dez melhores filmes de 2024.

Baseado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva sobre a história de sua família, “Ainda Estou Aqui” é uma coprodução Brasil-França, e é o primeiro filme Original Globoplay, produzido por VideoFilmes, RT Features e Mact Productions, em coprodução com ARTE France e Conspiração, e tem distribuição da Sony Pictures.

Sinopse:

Rio de Janeiro, início dos anos 1970. O país enfrenta o endurecimento da ditadura militar. Estamos no centro de uma família, os Paiva: Rubens, Eunice e seus cinco filhos. Vivem na frente da praia, numa casa de portas abertas para os amigos.

Um dia, Rubens Paiva é levado por militares à paisana e desaparece. Eunice – cuja busca pela verdade sobre o destino de seu marido se estenderia por décadas – é obrigada a se reinventar e traçar um novo futuro para si e seus filhos.

Baseada no livro biográfico de Marcelo Rubens Paiva, a história emocionante dessa família ajudou a redefinir a história do país.

da Redação A Toupeira

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