Ler um livro é abraçar a ideia de fazer parte da história. Sentimento este que é amplificado quando a proposta da obra é criar uma interação real entre seu conteúdo e aquele que vai consumi-lo.
É o caso de “Detetive – O Caso do Diamante Dumpleton”, que chega ao Brasil através do Selo Via Leitura da Edipro. Lançada em 2024, a publicação traz cinquenta mistérios de dificuldades variadas, cujas resoluções levarão a solucionar o caso do título, envolvendo o desaparecimento / roubo da valiosa pedra.
O “maior detetive do mundo” (que também assume o posto de autor), Hartigan Browne, embora saiba de sua enorme competência para solucionar casos misteriosos, precisa de um assistente que possa ajudá-lo a dar conta de tantas solicitações.
Na busca por tal pessoa, Browne propõe quatro tarefas que servem para dar uma ideia da complexidade dos demais desafios. Passada essa introdução o(a) leitor(a) – fazendo jus ao distintivo de “Agente em Treinamento” – terá acesso ao seu grande caso inicial.
Desde as primeiras páginas, a leitura prende a atenção, instigando a curiosidade e dando uma incrível sensação de dever cumprido a cada resposta encontrada. Para auxiliar nas resoluções, há dicas deixadas pelo detetive oficial e evidências que serão importantes em um ou mais momentos da investigação.
A obra foi desenvolvida de um jeito que possibilita fazer anotações em suas páginas (há espaços específicos para isso), assim como vários enigmas exigem o preenchimento de gráficos, tabelas ou lacunas. Por isso, é fundamental ter um lápis à disposição durante todo o tempo levado até chegar à conclusão.
A Edipro me cedeu, gentilmente, o arquivo em pdf, para fazer essa resenha. Como estou acostumada e prefiro versões físicas, minha experiência só através da tela pareceu acrescentar um grau de dificuldade desnecessário, pois, muitas etapas são ilustradas em páginas duplas e a visualização no volume “real” é a mais indicada.
Sem contar que algumas pistas deverão ser usadas mais de uma vez, fazendo com que haja a necessidade de se folhear as páginas, a fim de encontrar as conexões corretas – o que também é bem mais viável / rápido quando se tem o livro em mãos.
Mas, é possível resolver as questões através da versão digital? Sim. Contudo, é crucial ter um bloco, caderno ou algo do tipo ao lado, para fazer as anotações, uma vez que esse conteúdo descoberto vai ajudar na progressão do caso, até o seu final.
A cada desafio definido, há a indicação da página onde consta sua resolução. Conforme nossas habilidades para descobrir as respostas, logicamente nos sentimos atraídos a dar uma espiadinha, para seguir em frente mais rapidamente. Mas, acredite: Vale a pensa insistir e tentar decifrar tudo, sem precisar recorrer a esses atalhos, mesmo que não seja fácil ou óbvio à primeira vista.
Leia as informações com calma (releia, se for preciso), anote, preste atenção aos detalhes. Perceber que, graças ao nosso trabalho, as coisas vão se encaixando e que o(a) culpado(a) está cada vez mais próximo(a) de ser pego(a), são coisas que satisfazem quem – assim como – é fã desse gênero de ficção literária.
Indicado para leitores(as) a partir dos 10 anos, “Detetive – O Caso do Diamante Dumpleton” é uma excelente opção para exercitar a capacidade de percepção e entendimento de texto. E, agora que tive êxito em minha estreia, eu já espero pelo próximo caso misterioso a ser desvendado.
por Angela Debellis